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Na véspera de julgamento no TSE, Temer exalta economia e ações no meio ambiente

Do rito aos possíveis finais, como será julgamento de Dilma e Temer no TSE?

UOL Notícias

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

05/06/2017 12h06Atualizada em 05/06/2017 18h09

Em busca de clima de normalidade a um dia da retomada do julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que pode cassar a chapa Dilma-Temer, o presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (5) que “fim da recessão” demonstra governo em caminho “responsável”.

“Quero ressaltar muito que o fim da recessão, estamos combatendo muito a recessão, mostra que o caminho que nosso governo escolheu é o caminho responsável, do crescimento, do emprego, da prosperidade”, afirmou.

Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que a economia brasileira cresceu 1% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior, após oito quedas seguidas. Em relação ao mesmo trimestre de 2016, porém, o PIB encolheu 0,4%, no 12º recuo seguido.

Na época, em vídeo publicado nas redes sociais, Temer afirmou que o resultado marcava o “renascimento da economia brasileira em bases sólidas e sustentáveis”.

“As medidas hoje apontadas revelam que o nosso governo tem como um de seus valores supremos a responsabilidade. Uma palavra-chave do nosso governo: a responsabilidade nos domínios fiscal, social e, como podemos ver aqui, também no domínio ambiental”, completou.

A declaração aconteceu durante solenidade em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, no Palácio do Planalto.

Na ocasião, Temer assinou decreto que triplica a área da Reserva Biológica União, no Rio de Janeiro, da Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul, e do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, que passará dos atuais 65 mil hectares para 240 mil hectares de proteção integral. O governo federal também decretou a criação do Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, no Pará.

No discurso, Temer chegou a falar da infância ao se referir à importância de cuidar do meio ambiente. Segundo ele, quando era criança em Tietê, interior de São Paulo, costumava tomar banho no rio que dá nome à cidade quando faltava água na chácara em que vivia com a família. No entanto, afirmou, “foi com “profunda tristeza” que recebeu a notícia de que aquela parte do rio se tornou poluída.

Apesar da tensão política, Temer estava sorridente ao assinar os decretos ao lado dos ministros Sarney Filho (Meio Ambiente), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Eliseu Padilha (Casa Civil) e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Temer, Sarney Filho e Rodrigo Maia estavam, inclusive, de gravatas verdes em homenagem à data.

Segurança pública

No período da tarde, Temer fez reunião para tratar de segurança pública com ministros, parlamentares e políticos do Rio de Janeiro no Palácio do Planalto.

Na abertura da reunião, Temer afirmou que o Plano Nacional de Segurança será sistematizado e com a “produção operacional mais intensa”. Segundo o presidente, a medida começará pelo Estado do Rio de Janeiro. Porém, ele não deu mais detalhes de como será a ação.

Temer passou o último final de semana reunido com auxiliares próximos, assessores e advogados para repassar os detalhes finais da defesa no julgamento do TSE e discutir uma possível denúncia pela PGR (Procuradoria-Geral da República). Somente entre sexta-feira (2) e sábado (3), o presidente viajou duas vezes para São Paulo.

Na sexta, se reuniu com o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin, na tentativa de não perder a aliança com o PSDB, que ameaça desembarcar do governo. No sábado, o presidente voltou à capital paulista após a prisão de seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures para conversar com o advogado e amigo de longa data, Antônio Cláudio Mariz.  O domingo (4) foi dedicado a reuniões com ministros e auxiliares no Palácio do Jaburu, onde mora.

Meio ambiente

Durante discurso, Temer reiterou o apoio do Brasil ao Acordo de Paris, assinado em 2015, que obriga todos os 195 signatários a tomar medidas para conter o aquecimento global, e assinou decreto que incorpora o acordo à legislação brasileira, embora estivesse em vigor desde novembro do ano passado.

Na última quinta-feira (1º), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou que os Estados Unidos deixariam o Acordo de Paris. No mesmo dia, o MRE (Ministério das Relações Exteriores) brasileiro informou que o governo recebeu a notícia com “profunda preocupação e decepção”. Na ocasião, o ministério disse também que o Brasil continua comprometido com o combate à mudança do clima.

“O governo brasileiro continua disposto a trabalhar com todos os Países Partes do Acordo e outros atores na promoção do desenvolvimento sustentável, com baixas emissões de gases de efeito estufa e resiliente aos efeitos adversos da mudança do clima”, afirmou em nota.

Questionado sobre a crise política e se receia uma debandada de partidos da base aliada após um possível resultado negativo para o governo no TSE, Sarney Filho se recusou a responder. "Sobre esses assuntos políticos já vou antecipar que não vou falar. Isso é uma estratégia minha", limitou-se a dizer.