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MPF denuncia ex-sócio de mulher de Cabral por obstruir a Justiça

Thiago Aragão é sócio da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, em um escritório de advocacia - Reprodução/Justiça Federal do Paraná
Thiago Aragão é sócio da mulher de Cabral, Adriana Ancelmo, em um escritório de advocacia Imagem: Reprodução/Justiça Federal do Paraná

Do UOL, em São Paulo

09/06/2017 14h21Atualizada em 09/06/2017 14h48

O advogado Thiago Aragão, ex-sócio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por obstrução à Justiça. A informação foi divulgada pela Procuradoria nesta sexta-feira (9).

A denúncia narra que ele estaria tentando interferir “na investigação da organização criminosa liderada por Cabral”. Atualmente, Aragão ocupa uma cela do Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio, cumprindo prisão preventiva.

De acordo com o MPF, após as prisões de Adriana e Cabral, “Aragão passou a ter cada dia mais certeza de que as investigações chegariam aos esquemas criminosos perpetrados através do escritório Ancelmo Advogados”.

Restaurante

O esquema de Cabral, segundo os procuradores, utilizava um restaurante para a lavagem de recursos ilícitos “sem que o proprietário do estabelecimento tivesse ciência do esquema criminoso instalado no governo do Estado do Rio de Janeiro”. O dono do restaurante é um parente de Aragão.

O familiar do advogado, durante trâmites de acerto para um acordo de colaboração premiada, “reconheceu que acertou com ele uma estratégia para não cumprir suas obrigações tributárias e trabalhistas”.

“Para tanto, combinaram a simulação de serviços entre Ancelmo Advogados e o restaurante, para justificar a transferência de valores em favor do escritório de advocacia”, aponta o MPF. “Os créditos do escritório de advocacia eram utilizados por Thiago, sem que seu concunhado soubesse, para a lavagem de dinheiro da organização criminosa liderada por Cabral”.

Os procuradores dizem que o advogado passou a influenciar nas investigações, omitindo fatos e combinando versões.

“[Ele] embaraçou as investigações, forjando documentos ideologicamente falsos e constrangendo um pretenso colaborador ao propor um concerto de versões a serem apresentadas aos órgãos de investigação”, aponta o MPF.

Por obstrução à Justiça, Aragão pode ser condenado a até oito anos de prisão.

A defesa do ex-governador Sérgio Cabral tem informado sistematicamente que ele só vai se manifestar na Justiça. Já os advogados de Adriana Ancelmo e Thiago Aragão ainda não foram localizados pela reportagem.