Topo

Após condenação, lideranças do PT insistem que Lula sairá candidato em 2018

Reprodução
Imagem: Reprodução

Luis Adorno, Mirthyani Bezerra e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

13/07/2017 13h40Atualizada em 13/07/2017 13h40

Um dia após a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro, lideranças do PT saíram em defesa da tese de que a sentença do juiz de Curitiba não deve deter os planos de Lula se tornar candidato à Presidência da República em 2018.

Amigo pessoal de Lula e ex-ministro de seu governo, Gilberto Carvalho afirmou nesta quinta-feira (13) que o PT (Partido dos Trabalhadores) não considera a hipótese de que Lula não seja o candidato do partido no ano que vem.

Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo juiz federal Sergio Moro e só ficaria inelegível, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, se vier ser condenado por decisão dos desembargadores do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).

“Nós não consideramos essa hipótese. Eu não quero acreditar nessa hipótese. Ele vai concorrer”, disse Carvalho antes de entrar no Diretório Nacional do PT, no centro de São Paulo, onde Lula deu entrevista à imprensa nesta quinta-feira (13).

Após o discurso de Lula, do lado de fora do diretório do PT, petistas discursaram para apoiadores do partido. Tanto o líder do partido na Câmara, o deputado federal Carlos Zarattini (SP), quanto o do Senado, senador, Lindbergh Farias (RJ) também ressaltaram o fato de Lula agora ser pré-candidato do PT à Presidência.

"Essa é uma hora que a gente tem que ter muita garra, convicção. Tenho convicção de que ele vai ser o próximo presidente da República", disse Farias, exaltando os petistas que ouviram o discurso.

Carvalho disse ainda que a liderança do PT não acreditava na condenação de Moro por causa de decisão do TRF4 em relação ao uso de delações em sentenças.

“Achávamos que, depois da decisão do TRF4 em relação às delações e também às últimas decisões do Supremo, o Moro não persistiria nesse equívoco indescritível de condenar uma pessoa sem ter provas concretas, apenas fazendo deduções. Nenhum brasileiro, inclusive Lula, pode ser condenado por induções”, disse.

Ele disse ainda que “é evidente que esta sentença tem consequência”, entre elas a de “favorecer o sistema dominante de evitar que o principal candidato de esquerda seja candidato”.

Segundo Carvalho, as lideranças do PT se reuniram para discutir um calendário de mobilizações nacionais contra a condenação. “Nós não vamos ficar quietos. Isso aqui é só o começo de um processo longo, de duras lutas, em que o mais importante para nós é conversar com o cara que está pegando o metrô ali na Sé agora, do cara da periferia que ainda não tomou ciência do ataque que ele está sofrendo (com as reforma do governo Temer)”, disse.