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Sentença contra Lula fecha círculo de condenados da cúpula petista

Do UOL, em São Paulo e no Rio

13/07/2017 14h59

Com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (12) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato, fechou-se o círculo da cúpula petista acusada pela Justiça de cometer irregularidades no governo.

Na lista de condenados estão ainda Antonio Palocci, José Genoino e José Dirceu. O único que está preso é Palocci. Ele foi detido em setembro do ano passado e condenado, no último dia 26, a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão, também em regime fechado.

Os quatro líderes petistas são personagens importantes na história recente do país.

Lula foi chefe do Executivo nacional entre 2003 e 2010, período no qual exerceu dois mandatos. Na ação penal em que foi sentenciado pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal (PR), ele é acusado de receber R$ 3,7 milhões em propina por conta de três contratos entre a OAS e a Petrobras. O processo se refere ao apartamento tríplex de Guarujá (SP). O ex-presidente nega a autoria dos crimes.

Palocci, por sua vez, foi ministro da Fazenda e da Casa Civil, respectivamente, no governo Lula e na gestão da sucessora, Dilma Rousseff (PT), que perdeu o cargo após ser alvo de um processo de impeachment, no ano passado.

Em dado momento, Palocci chegou a ser cotado para se candidatar à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores. O mesmo ocorreu com o veterano José Dirceu, que já foi presidente da legenda e também chefiou a Casa Civil da Presidência (no primeiro mandato de Lula). Anteriormente, havia exercido mandato de deputado federal.

Genoino foi presidente nacional do partido e ocupou vaga na Câmara dos Deputados. Figura influente no PT, participou ativamente da cúpula do governo Lula. Também chegou a ser cotado para a sucessão, mas acabou perdendo fôlego político após ter seu nome envolvido no escândalo do mensalão.

Confira abaixo as condenações de cada um:

Lula e Gleisi Hoffmann em evento do PT - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo - Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Lula discursa em evento do PT ao lado da senadora Gleisi Hoffmann
Imagem: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Luiz Inácio Lula da Silva

Condenado a nove anos e meio de prisão, em regime fechado, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, que investiga o uso de recursos da Petrobras para ajuda a partidos políticos por meio de pagamentos de empreiteiras contratadas da estatal.

Lula vai recorrer da decisão em liberdade, mas ainda é réu em outras quatro ações penais. Segundo sua defesa, o ex-presidente é inocente.

"Nenhuma evidência crível de culpa foi produzida, enquanto provas esmagadoras de sua inocência são descaradamente ignoradas. Este julgamento politicamente motivado ataca o Estado de Direito do Brasil, a democracia e os direitos humanos básicos de Lula", afirmaram os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins em nota divulgada após a sentença.

De acordo com a defesa do ex-presidente, "a investigação teve um impacto enorme na família de Lula, sem deixar de mencionar sua esposa Marisa Letícia, que morreu tragicamente este ano."

Palocci - Folhapress - Folhapress
Imagem: Folhapress

Antonio Palocci

Condenado na Lava Jato a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro apurados na Lava Jato;

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A soltura do ex-ministro José Dirceu levou a debates sobre prisão de condenados
Imagem: Joel Rodrigues - 10.jul.2014 /Folhapress

José Dirceu

Condenado a sete anos e 11 meses no mensalão e a 32 anos e um mês na Lava Jato, em duas sentenças do juiz Sergio Moro, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa;

josé genoino - Eduardo Knapp/Folhapress - Eduardo Knapp/Folhapress
Imagem: Eduardo Knapp/Folhapress

José Genoino

Condenado a quatro anos e oito meses de prisão no mensalão, acabou obtendo perdão judicial da pena graças ao indulto sancionado pela ex-presidente Dilma Rousseff.