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Jogo ou sentença? Lula diz que trocou análise da decisão de Moro por jogo do Corinthians

Assista à íntegra do discurso de Lula após condenação por Moro

UOL Notícias

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

13/07/2017 13h57Atualizada em 13/07/2017 14h49

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a rivalidade esportiva para justificar a ausência de manifestações de sua parte após ser condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e seis meses de prisão, nesta quarta-feira (12).

Em discurso na manhã desta quinta-feira (13) na sede do diretório nacional do PT, em São Paulo, Lula tentou minimizar o impacto da notícia sobre sua primeira condenação na Lava Jato e disse que "não quis falar com ninguém" porque exercia suas funções de torcedor.

Enquanto militantes foram às ruas defender o ex-presidente ou comemorar sua condenação, Lula estava preocupado com o jogo do Corinthians, que enfrentava seu principal rival, o Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro. "Não quis falar com ninguém ontem porque eu tinha um problema muito grande que era ver o Corinthians derrotar o Palmeiras." O clube alvinegro derrotou o alviverde por 2 a 0.

Em outro ponto da coletiva que o ex-presidente concedeu, Lula voltou a usar o futebol para se defender de acusações feitas a ele na Operação Lava Jato através de delações. "Se o meu companheiro [apontou para um militante], que é corintiano, ver na imprensa alguém falar que o Corinthians está atrás do Messi, ele me repassa a informação e eu acredito. Foi isso o que aconteceu no meu caso", afirmou.

Para Lula, assim como ele gostaria de ver Messi no Corinthians, Sérgio Moro teria a intenção de vê-lo condenado. "Eu acreditava que ia terminar do jeito que terminou porque era visível que o que menos importava para as pessoas que faziam era o que você falava. Eles já estavam com o processo pronto. Já estavam com a condenação pronta", afirmou.

Segundo o juiz Sergio Moro, o crime de corrupção envolveu a destinação de R$ 16 milhões "a agentes políticos do Partido dos Trabalhadores". Além disso, de acordo com o juiz, "o crime foi praticado em um esquema mais amplo no qual o pagamento de propinas havia se tornado rotina".

Moro apontou, também, "culpabilidade elevada" de Lula, que recebeu, segundo ele, "vantagem indevida em decorrência do cargo de presidente da República, ou seja, de mandatário maior".