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"Tropa de choque" do PT chama Moro de "covarde" e convoca ato para dia 20

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, fala em coletiva de imprensa de Lula - Reprodução
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, fala em coletiva de imprensa de Lula Imagem: Reprodução

Mirthyani Bezerra e Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

13/07/2017 14h16Atualizada em 13/07/2017 14h16

Lideranças do PT e de movimentos sociais marcaram para o próximo dia 20 de julho uma série de mobilizações nacionais contra a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta quarta-feira (12), o juiz Sergio Moro condenou o petista pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por ter se beneficiado de um tríplex em Guarujá (SP).

A data das manifestações foi acertada nesta quinta-feira durante reunião no diretório nacional do partido, no centro de São Paulo. O vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, afirmou que movimentos como MTST, UNE, Ubes, CUT, entre outros, procuraram a Executiva Nacional desde ontem para desencadear uma campanha com atos nacionais contra a sentença. “Esse grupo montou um comitê de organização de atos que aconteceram não só em São Paulo, mas no Brasil inteiro. Mas as mobilizações já começaram”, disse.

Segundo ele, muitos juristas também procuravam o PT pra se solidarizar com Lula. “Hoje em Brasília já começa o primeiro tribunal popular aberto de questionamento jurídico sobre essa aberração jurídica que é essa sentença do Moro. Serão dois grandes movimentos, as entidades convocando atos [E o movimentos dos juristas]”, contou.

Na manhã desta quinta (13), o ex-presidente se pronunciou pela primeira vez após ter sido condenado, ontem, a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo juiz federal Sergio Moro. Lula, que irá recorrer da sentença em liberdade, afirmou que é pré-candidato do partido à Presidência da República em 2018. "Se pensam que com essa sentença estou fora do jogo, podem saber que eu tô no jogo."

Discursos para apoiadores

Após o discurso de Lula, petistas discursaram para apoiadores do partido do lado de fora do diretório. Tanto o líder do partido na Câmara, o deputado federal Carlos Zarattini (SP), como o do Senado, senador Lindbergh Farias (RJ), ressaltaram o fato de Lula agora ser pré-candidato do PT à Presidência. "Essa é uma hora que a gente tem que ter muita garra, convicção. Tenho convicção de que ele vai ser o próximo presidente da República", disse Farias, exaltando os petistas que ouviram o discurso.

Já a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), voltou a reforçar que a decisão de Moro em condenar Lula foi para atender a um pedido da mídia e fez críticas ao juiz do Paraná: "Uma pena que a Justiça brasileira se dê a esse papel. Lamentamos muito, Sergio Moro. Você é um covarde. Você é um instrumento para aqueles que querem destruir a nossa democracia". 

Gleisi disse que o PT tem o melhor candidato. Ela pediu para seus opositores não terem medo de irem à urna, mas avaliou que eles não possuem postulantes à Presidência. "Um partido de 37 anos que mudou a realidade do povo brasileiro é um partido que sabe resistir. Não vamos admitir uma eleição sem Lula. Deixem o povo brasileiro decidir o seu destino".

Também presente no evento do partido, o deputado federal José Guimarães (CE), disse que está sentença é o início da disputa de 2018 e que a partir do dia 16 de agosto Lula percorrerá o Nordeste. “Lula já anunciou que é pre-candidato. Vamos construir uma agenda com ele no Nordeste para começar a mobilização na região”, disse.

Padilha reforçou seus colegas de partido e disse que a sentença foi “um chamado do Lula para ir à luta”. “Ele esta muito animado, cantou uma música do Chico Buarque que diz: ‘Desesperar jamais’. Foi uma convocação para o Lula ir para luta”, acrescentou.

Também discursaram a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e o presidente paulista do PT, Luiz Marinho. "Diretas Já é o que daria a solução política e econômica do país", disse Marinho, que convocou atos para a próxima quinta-feira (20). Ele ainda não tem a localidade definida, mas acredita que será na avenida Paulista, em São Paulo.