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Após cogitar cancelamento, Temer adia viagem a Pernambuco com ministro tucano

Joédson Alves/EFE
Imagem: Joédson Alves/EFE

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

18/07/2017 13h33Atualizada em 18/07/2017 15h27

O presidente da República, Michel Temer (PMDB), decidiu adiar para a semana que vem a viagem que faria para Caruaru, em Pernambuco, junto ao ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB). A dupla se juntaria a outros políticos na cidade pernambucana nesta quarta-feira (19) para fazer a entrega do primeiro lote de cartões-reforma no reduto eleitoral do tucano. A viagem, porém, ficou para o dia 25 de julho.

A entrega foi noticiada no perfil do Palácio do Planalto no Twitter na manhã desta terça, mas as postagens foram apagadas cerca de quatro horas depois, quando o cancelamento da viagem de Temer passou a ser cogitado. No meio da tarde, porém, o Planalto anunciou a nova data e alegou que a transferência foi definida por "motivo de logística".

A viagem de Temer para Caruaru é um gesto de aceno para o PSDB, que vive um racha interno entre os que apoiam a permanência da sigla no governo e os que pedem um desembarque imediato. O Ministério das Cidades, inclusive, é uma das pastas mais visadas por partidos do chamado Centrão, que têm cobrado mais cargos e atenção de Temer por terem rejeitado a denúncia contra ele apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na Câmara.

Para o Centrão, o presidente Temer deveria entregar-lhes parte dos quatro ministérios hoje pertencentes aos tucanos, já que estes não estão dando demonstrações de fidelidade como deveriam. A pasta das Cidades acaba sendo uma das mais visadas pela atuação nas prefeituras pelo país e pelos recursos consideráveis.

Segundo assessores do presidente, porém, não serão feitas mudanças nos ministérios até a votação da denúncia no plenário da Câmara, prevista para 2 de agosto, segunda sessão após o fim do recesso parlamentar. Isso porque, apesar das divergências internas, o PSDB tem uma bancada de 46 deputados.

Desde a semana passada, Temer se reuniu pelo menos três vezes com Bruno Araújo. Nesta terça-feira (18) de manhã, o ministro esteve no Planalto em audiência com o presidente junto ao presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi.

Cartão-reforma

O programa do cartão-reforma foi anunciado e editado por meio de Medida Provisória em novembro do ano passado em evento no Palácio do Planalto. A sanção após a tramitação no Congresso Nacional se deu em abril. O programa é voltado para famílias com renda mensal de até R$ 2.811.

Por meio do cartão-reforma, cidadãos indicados pelas prefeituras poderão receber até R$ 9.646 para realizar reformas em suas residências. Toda a compra de material de construção terá de ser feita em lojas previamente cadastradas pelo governo.

A expectativa do governo é que 170 mil famílias sejam atendidas até o final de 2018.