Temer não segura base e perde mais de 100 votos em relação ao impeachment de Dilma
Em março de 2016, 367 deputados votaram na Câmara a favor de abrir o processo de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), que culminou com a ascensão de Michel Temer (PMDB) à presidência interina (efetivada depois em votação no Senado). Nesta quarta-feira (2), no entanto, o número de deputados que apoiaram Temer, votando a favor do arquivamento da denúncia contra ele por corrupção passiva, foi bem menor do que os que endossaram a saída da petista.
O governo venceu com 263 votos pelo arquivamento da denúncia, bem menos que os 367 pró-impeachment. Além disso, 109 deputados que foram a favor do afastamento de Dilma agora votaram para que a denúncia contra Temer fosse encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal).
A diferença de apoio é representativa da dificuldade de Temer em manter sua base unida após o estouro da delação da JBS, que deu origem à denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente e jogou o governo em grave crise política. E, como aconteceu com Dilma, esta dificuldade de "segurar" a base reside em grande parte nos partidos do chamado "centrão". No total, 50 deputados de dez partidos deste grupo (PHS, Podemos, PP, PR, PRB, PROS, PSC, PSD, PTdoB e Solidariedade) votaram contra Dilma em 2016 e contra Temer na sessão de ontem.
No caso do atual presidente, há ainda o agravante do racha do PSDB, partido que foi grande opositor de Dilma e aliado de primeira hora do governo do peemedebista. Dos 47 deputados tucanos, 44 estavam na votação do impeachment, quando a legenda foi unânime contra a petista. Nesta quarta, 19 desses deputados votaram contra arquivar a denúncia contra Temer.
Situação similar aconteceu com o PSB, que deixou de apoiar Dilma antes das eleições de 2014, quando lançou candidatura própria, e apoiou o impeachment. Na votação desta quarta, 16 deputados do partido que se posicionaram pelo impeachment votaram contra o governo Temer.
Parlamentares de DEM, PDT, PPS, PV e Rede completam o grupo de deputados que apoiaram o impeachment de Dilma e a denúncia contra Temer.
Outros 23 deputados preferiram apoiar tanto Temer quanto Dilma, ou seja: foram contra o impeachment da petista e agora apoiaram o arquivamento da denúncia contra o presidente. O PR tem o maior número de integrantes deste grupo (sete deputados), que conta também com políticos do PDT, PEN, PMDB, Podemos, PP, PSD e PTB.
Veja a lista completa dos deputados que foram contra Dilma (a favor do impeachment) e contra Temer (a favor da denúncia da PGR):
- Adelson Barreto (PR-SE)
- Afonso Hamm (PP-RS)
- Alan Rick (DEM-AC)
- Alex Manente (PPS-SP)
- André de Paula (PSD-PE)
- Antônio Jácome (Podemos-RN)
- Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
- Arnaldo Jordy (PPS-PA)
- Arolde de Oliveira (PSC-RJ)
- Augusto Carvalho (SD-DF)
- Betino Gomes (PSDB-PE)
- Cabo Daciolo (PTdoB-RJ)
- Cabo Sabino (PR-CE)
- Capitão Augusto (PR-SP)
- Carlos Andrade (PHS-RR)
- Carlos Gomes (PRB-RS)
- Carlos Manato (SD-ES)
- Carlos Sampaio (PSDB-SP)
- Carmen Zanotto (PPS-SC)
- César Halum (PRB-TO)
- Christiane Yared (PR-PR)
- Conceição Sampaio (PP-AM)
- Daniel Coelho (PSDB-PE)
- Danilo Cabral (PSB-PE)
- Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS)
- Delegado Francischini (Solidariedade-PR)
- Deley (PTB-RJ)
- Diego Garcia (PHS-PR)
- Dr. Jorge Silva (PHS-ES)
- Eduardo Bolsonaro (PSC-SP)
- Eduardo Cury (PSDB-SP)
- Eliziane Gama (PPS-MA)
- Eros Biondini (PROS-MG)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Evair Vieira de Melo (PV-ES)
- Expedito Netto (PSD-RO)
- Fábio Sousa (PSDB-GO)
- Felipe Bornier (PROS-RJ)
- Flávia Morais (PDT-GO)
- Flavinho (PSB-SP)
- Geovânia de Sá (PSDB-SC)
- Gonzaga Patriota (PSB-PE)
- Heitor Schuch (PSB-RS)
- Hissa Abrahão (PDT-AM)
- Hugo Leal (PSB-RJ)
- Irmão Lázaro (PSC-BA)
- Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
- Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
- Jefferson Campos (PSD-SP)
- Jerônimo Goergen (PP-RS)
- JHC (PSB-AL)
- João Derly (Rede-RS)
- João Gualberto (PSDB-BA)
- João Paulo Papa (PSDB-SP)
- Joaquim Passarinho (PSD-PA)
- Jony Marcos (PRB-SE)
- Jorge Boeira (PP-SC)
- Jorginho Mello (PR-SC)
- Jose Stédile (PSB-RS)
- Júlio Delgado (PSB-MG)
- Jutahy Junior (PSDB-BA)
- Keiko Ota (PSB-SP)
- Laércio Oliveira (SD-SE)
- Laudivio Carvalho (SD-MG)
- Leandre (PV-PR)
- Leopoldo Meyer (PSB-PR)
- Lincoln Portela (PRB-MG)
- Luis Carlos Heinze (PP-RS)
- Luiz Carlos Ramos (Podemos-RJ)
- Luiz Lauro Filho (PSB-SP)
- Major Olimpio (SD-SP)
- Mandetta (DEM-MS)
- Mara Gabrilli (PSDB-SP)
- Marcelo Álvaro Antônio (PR-MG)
- Marcelo Matos (PHS-RJ)
- Marcos Abrão (PPS-GO)
- Marcos Rogério (DEM-RO)
- Mariana Carvalho (PSDB-RO)
- Miguel Haddad (PSDB-SP)
- Miro Teixeira (REDE-RJ)
- Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
- Otavio Leite (PSDB-RJ)
- Pastor Eurico (PHS-PE)
- Paulo Foletto (PSB-ES)
- Pedro Cunha Lima (PSDB-PB)
- Rafael Motta (PSB-RN)
- Renata Abreu (Podemos-SP)
- Ricardo Tripoli (PSDB-SP)
- Rocha (PSDB-AC)
- Rodrigo Martins (PSB-PI)
- Ronaldo Martins (PRB-CE)
- Rubens Bueno (PPS-PR)
- Sandro Alex (PSD-PR)
- Sérgio Reis (PRB-SP)
- Sergio Vidigal (PDT-ES)
- Sergio Zveiter (PMDB-RJ)
- Silvio Torres (PSDB-SP)
- Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ)
- Stefano Aguiar (PSD-MG)
- Subtenente Gonzaga (PDT-MG)
- Tadeu Alencar (PSB-PE)
- Tiririca (PR-SP)
- Uldurico Junior (PV-BA)
- Valadares Filho (PSB-SE)
- Vanderlei Macris (PSDB-SP)
- Veneziano Vital Do Rêgo (PMDB-PB)
- Vitor Lippi (PSDB-SP)
- Vitor Valim (PMDB-CE)
- Weliton Prado (PMB-MG)
Veja também a lista dos deputados que foram contra o impeachment da petista e apoiaram o arquivamento da denúncia contra Temer:
- Adalberto Cavalcanti (PTB-PE)
- Aelton Freitas (PR-MG)
- Aluisio Mendes (Podemos-MA)
- Brunny (PR-MG)
- Domingos Neto (PSD-CE)
- Edio Lopes (PR-RR)
- Elcione Barbalho (PMDB-PA)
- João Carlos Bacelar (PR-BA)
- João Marcelo Souza (PMDB-MA)
- José Carlos Araújo (PR-MA)
- José Rocha (PR-BA)
- Jozi Araújo (Podemos-AP)
- Junior Marreca (PEN-MA)
- Leonardo Picciani (PMDB-RJ)
- Lúcio Vale (PR-PA)
- Macedo (PP-CE)
- Paes Landim (PTB-PI)
- Pedro Fernandes (PTB-MA)
- Ricardo Teobaldo (Podemos-PE)
- Roberto Britto (PP-BA)
- Roberto Góes (PDT-AP)
- Simone Morgado (PMDB-PA)
- Zeca Cavalcanti (PTB-PE)
*Colaborou Felipe Amorim, de Brasília
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