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Deputada chamada de "gostosa" na Câmara pede investigação

14.out.2014 - Shéridan de Anchieta, 30, do PSDB, foi a deputada federal mais votada de Roraima com 35.555 votos. Ela é mulher do ex-governador do Estado José de Anchieta e ex-secretária da Promoção Humana e Desenvolvimento - Divulgação - Divulgação
A deputada federal Shéridan de Anchieta (PSDB-RR)
Imagem: Divulgação

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

08/08/2017 20h23

A deputada federal Shéridan (PSDB-RR) protocolou, nesta terça-feira (8), na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, pedido de apuração e investigação para identificar o responsável por tê-la chamado de “gostosa” durante sessão da Casa na última quarta (2), informou a assessoria da parlamentar.

Quando o nome da deputada foi chamado ao microfone na votação da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer (PMDB), apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), um dos presentes gritou a palavra “gostosa”. No entanto, no momento da ação, não foi possível identificar o responsável.

Em vídeo postado nas redes sociais, Shéridan afirma que teve de parar os trabalhos da reforma política, do qual é relatora, para protocolar o pedido para apurar o “ato indecoroso”.

“Estamos no Congresso Nacional, na Câmara dos Deputados, lugar que deveria ser palco e celeiro das leis que protegem os cidadãos brasileiros, e aqui também houve essa violação. Para vocês verem que existe em todo lugar e não podemos nos calar. O machismo é a forma mais sistêmica, mais direta de tentar tolher o direto da mulher, de tentar desqualificar a mulher brasileira e nós temos que enfrentar. Fazer ouvir e valer nossos direitos”, declarou.

Embora a assessoria tenha afirmado que o pedido foi protocolado na Mesa Diretora da Câmara, a assessoria jurídica da Casa não confirmou a informação. Após passar pela Mesa Diretora da Câmara, o pedido é encaminhado para a corregedoria. O departamento vai elaborar um relatório sobre a questão e submetê-lo de volta à Mesa. O parecer poderá ser arquivado ou aprovado.

Se aprovado, o pedido de Shéridan vira uma representação da Mesa Diretora e é entregue no Conselho de Ética da Câmara. O colegiado então ficará responsável por apreciar o pedido e tomar as medidas que julgar cabíveis para a pessoa responsável pela fala.