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Suspeito de atirar ovo em Doria relata ameaças de morte e promete denúncia

Doria levou uma "chuva de ovos", em Salvador, em protesto de movimentos de esquerda - Mila Cordeiro/Ag. A Tarde
Doria levou uma 'chuva de ovos', em Salvador, em protesto de movimentos de esquerda Imagem: Mila Cordeiro/Ag. A Tarde

Renan Prates

Colaboração para o UOL

10/08/2017 11h20

Uma das três pessoas apontadas pela Câmara de Vereadores de Salvador como suspeitas de ter atirado ovo no prefeito de São Paulo, João Doria, na última segunda-feira (7), relatou ter recebido ameaças de morte. O produtor cultural Eucimar Freitas, de 36 anos, prometeu denunciar o fato na Delegacia de Crimes Virtuais da Polícia Civil.

“Estou indo na delegacia de crimes digitais levar. Só essa ameaça que fala em matar e dar tiro. As outras são mais agressão pessoal e moral”, contou ao UOL. “Recebi diversas intimidações de pessoas dizendo que sou massa de manobra, que isso foi um ato de esquerdopatas, que era melhor ter usado o diálogo”.

Com a ajuda de amigos, Freitas disse que já sabe quem foi que o ameaçou através de redes sociais. O produtor cultural disse não acreditar que a pessoa será presa, mas espera que a denúncia já sirva como recado.

“Algumas pessoas conhecem esse rapaz. Entraram em contato comigo dizendo que era um jovem abestalhado e não era pra eu levar em consideração. Vou prestar queixa para a polícia entrar em contato com ele e ele tomar um susto”.

Eucimar Freitas recebeu ameaças de mortes e promete fazer denúncia na Polícia Civil - Reprodução/Facebook - Reprodução/Facebook
Eucimar Freitas recebeu ameaças de mortes e promete fazer denúncia na Polícia Civil
Imagem: Reprodução/Facebook

Freitas admitiu que comprou dois ovos em uma mercearia de Salvador para atirar em Doria, mas não sabe dizer se foi o ovo que ele atirou que acertou o político do PSDB. Ele participou de uma manifestação que tinha o intuito de impedir que o prefeito de São Paulo entrasse na Câmara para receber a homenagem.

O protesto aconteceu porque o seu grupo ficou revoltado com a forma desumana que eles acreditam que Doria lida com a população de São Paulo. “Consideramos que diante das atrocidades cometidas pela sua gestão em São Paulo, esse título é um desrespeito a população de Salvador", disse Freitas, que aproveitou para provocar Doria.

“Foram mais de 150 ovos. Tinham mais de 200 pessoas no ato. Foi uma chuvarada de ovos. Se todos acertassem nele, ia morrer asfixiado”.

Na visão do produtor cultural, o ato promovido pela Câmara dos Vereadores de Salvador, assim como o que deve acontecer em Recife e João Pessoa, é uma tentativa política de tornar João Doria mais conhecido no Nordeste para credenciá-lo para a disputa a presidência da República em 2018 - o prefeito de São Paulo é um dos mais bem avaliados em pesquisas recentes de intenção de voto.

Eucimar Freitas acredita que o episódio ocorrido na última segunda serviu para João Doria ficar conhecido como “prefeito omelete”. “Ele ficou consagrado como pessoa non grata. Foi a gente que colocou esse apelido. Estava rolando a ideia de que ele era o melhor prefeito do Brasil, e ele não é. É um prefeito omelete que saiu daqui com ovos na cabeça, não com o título. Ele não é soteropolitano, nem é baiano. É baiano da gema”.

O deputado estadual Adolfo Viana, do PSDB, entrou com um projeto de lei pedindo para que a Assembleia Legislativa de Salvador conceda a Doria o título de Cidadão Baiano. Se isso acontecer, Freitas admitiu que eles irão protestar novamente

“Acho que depois do que aconteceu na segunda, ele vai abrir mão de receber esse título. Só se for cara de pau. Uma turma do Recife já está se organizando para dizer não para a homenagem dele lá. Tudo isso é meramente eleitoral né. Não tem como consagrar um cidadão que não fez nada para a cidade. Isso é uma medida para querer tornar o Doria conhecido no Nordeste. A gente não vai deixar isso. A gente vai ficar de olho. Se acontecer, vamos nos organizar para dizer não a esse ato”.