Topo

Sergio Moro nega suspensão do depoimento de Lula previsto para 13 de setembro

O juiz Sergio Moro, que negou pedidos da defesa do ex-presidente Lula - Foto: ABr
O juiz Sergio Moro, que negou pedidos da defesa do ex-presidente Lula Imagem: Foto: ABr

Do UOL, em São Paulo

18/08/2017 21h33

O juiz Sergio Moro negou nesta sexta (18) o pedido da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender o depoimento dele marcado para as 14h do próximo dia 13 de setembro, em Curitiba.

O pedido foi feito um dia antes, sob a alegação da necessidade de analisar documentos que foram juntados ao processo no começo do mês pelo Ministério Público.

Lula vai depor no processo em que é acusado de corrupção passiva por supostamente aceitar a doação de uma área da Odebrecht para construção da nova sede do Instituto Lula.

De acordo com o despacho do juiz, a suspensão do interrogatório já não faz mais efeito, uma vez que parte dos pedidos foi atendida, prejudicada ou indeferida.

Moro também negou o pedido dos advogados do ex-presidente para obter acesso a correspondências trocadas pela força-tarefa da Lava Jato com promotores da Suíça sobre o sistema MyWebDay.

Segundo o juiz, o pedido não tem cabimento. “Se o MPF alega que não dispõe da prova pretendida, a afirmação merece fé. Não cabe trazer aos autos as eventuais comunicações entre o MPF e o Ministério Público da Suíça para satisfazer as especulações da defesa”, escreveu Moro.

Os advogados de Lula já tinham solicitado acesso integral ao sistema, mas os procuradores negaram que tenham cópias ou acesso. O MyWebDay era usado pela Odebrecht para a contabilidade do setor de Operações Estruturadas, que ficou conhecido como o “setor da propina”.

Outro lado

Por meio de uma rede social, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, criticou a decisão de Moro. “Em decisão proferida há pouco, o juiz Moro afirmou que a palavra da acusação ‘merece fé’. Mais uma inovação que aniquila o direito de defesa”, escreveu.

Segundo ele, o sistema MyWebDay controlava e contabilizava as propinas pagas pela Odebrecht. “O nome de Lula não consta lá. Por isso a negativa de acesso”, afirmou.