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PMDB não tem relação com R$ 51 milhões atribuídos a Geddel, diz Jucá

Malas de dinheiro em endereço atribuído a Geddel Vieira Lima em Salvador - Divulgação - Divulgação
Malas de dinheiro em endereço atribuído a Geddel Vieira Lima em Salvador
Imagem: Divulgação

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

06/09/2017 12h57Atualizada em 06/09/2017 13h27

O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), afirmou nesta quarta-feira (6) que o partido não tem relação direta com os R$ 51 milhões encontrados em malas em um apartamento em Salvador atribuído ao ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB).

O montante foi descoberto pela Polícia Federal durante a Operação Tesouro Perdido, desdobramento da Cui Bono? nesta terça-feira (5). Ao todo, foram necessárias mais de 14 horas para a contagem das notas, mesmo com máquinas destinadas à atividade.

“A questão de qualquer denúncia sobre qualquer filiado deve ser explicada pelo filiado. Eu não conheço essa situação do ex-ministro Geddel. Acho que quem tem de explicar é a Polícia Federal e, eventualmente, se ele tiver algum tipo de relação, ele também deve se explicar. Isso não fere o PMDB, não tem nenhuma relação direta com o PMDB. Portanto, é uma ilação que não vamos puxar para o debate porque não está na pauta do PMDB esse assunto”, declarou Jucá.

Geddel, que foi preso no dia 3 de julho, ainda não se pronunciou sobre o caso. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar em sua casa, em Salvador.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, falou que o episódio é uma questão pessoal de Geddel e, por isso, não poderia responder pelo ato em uma solenidade do partido. Nesta quarta-feira, membros do alto escalão do PMDB participaram da filiação do senador Fernando Bezerra Coelho (PE) à legenda. Ele era integrante do PSB.

“Nós temos questões que são pessoais e não cabe ao partido responder. Eu penso que cada um responde pelos seus atos e no caso aqui estamos tratando das questões coletivas”, disse.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, um dos auxiliares mais próximos do presidente da República, Michel Temer, e também filiado ao PMDB, se recusou a comentar o episódio.

O ministro deu entrevista sobre a reforma da Previdência, mas quando foi questionado pela reportagem, encerrou a fala e se retirou irritado da Câmara sem falar mais com a imprensa. Ele limitou-se a dizer “Agora chega! Agora chega!”.

Mais cedo pela manhã, Moreira Franco e Eliseu Padilha se reuniram com Michel Temer no Palácio do Planalto. O presidente chegou na madrugada desta quarta a Brasília.

Quando questionado pelo UOL sobre o encontro, Moreira também se recusou. “Não quero falar. Não tenho o que falar”, argumentou.