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Operação de segurança para 2º depoimento de Lula foi mais barata, estima governo do PR

Forças de segurança em frente à Justiça Federal do Paraná - RODRIGO FÉLIX LEAL/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Forças de segurança em frente à Justiça Federal do Paraná Imagem: RODRIGO FÉLIX LEAL/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Vinicius Boreki

Colaboração para o UOL, em Curitiba

14/09/2017 13h02

O governo do Paraná estima que a operação de segurança para o depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira custou a metade do valor gasto no primeiro interrogatório do ex-presidente em maio - que custou R$ 150 mil.

A redução de custo seria explicada pelo uso de menor quantidade de policiais e de veículos relacionada a uma menor mobilização de manifestantes. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado foram mobilizados 1220 policiais para a operação. Em maio foram 3 mil.

“Tivemos o emprego de apenas um helicóptero, não houve necessidade de deslocar efetivo do interior e usamos menos da metade dos agentes do que em maio”, explicou o Secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.

Os valores só devem ser divulgados após a contabilização de toda a operação.

A pasta afirmou que, além de uma menor mobilização de manifestantes, os grupos envolvidos teriam compreendido melhor a operação de segurança.

Autoridades envolvidas afirmaram que mesmo que nenhum evento grave tenha sido registrado, a mobilização especial de forças de segurança é necessária nos interrogatórios do ex-presidente. Lula ainda pode ser ouvido novamente pelo juiz Sérgio Moro.

“Quantas oitivas temos todos os dias nas audiências de custódia, no tribunal do júri? Todos os dias os fóruns estão trabalhando ouvindo pessoas. A pessoa do ex-presidente é um caso à parte, especial, em virtude da mobilização, temos que tomar essa cautela para que a população não sofra nenhum tipo de dano”, disse o coronel Arildo Luís Dias, subcomandante geral da Polícia Militar. 

De acordo com o delegado da Polícia Federal Renato Lima, o fato de ter sido uma segunda audiência também facilitou o planejamento e a execução do trabalho. “Nós sabíamos como empregar o nosso efetivo e os manifestantes sabiam como era a nossa forma de trabalho”, explicou Lima. As outras atividades da Justiça Federal não foram interrompidas.

Ao todo, 1.226 agentes de segurança, sendo 916 policiais militares, 50 policiais federais e 60 Policiais Rodoviários Federais, foram responsáveis por efetuar a segurança dos manifestantes, considerando guardas municipais e agentes de trânsito.

Apenas incidentes não relacionados diretamente ao depoimento foram registrados. Um indivíduo foi preso nas proximidades de onde ocorria a manifestação porque tinha um mandado de prisão em aberto, mas não participava dos atos.

Nas proximidades da Justiça Federal, um homem, supostamente um morador de rua, foi encontrado morto. “A Polícia Científica não constatou nenhum sinal de trauma ou violência, concluindo que a morte foi por causas naturais”, explica Mesquita. Além disso, três ônibus tiveram sua chegada a Curitiba impedida por problemas de documentação.

Depoimento de maio

No primeiro interrogatório realizado com o ex-presidente Lula em Curitiba, a Secretaria de Segurança estimou o custo da operação em R$ 150 mil. Além disso, a estrutura contou com 3 mil agentes, sendo 1,7 mil policiais militares, fazendo policiamento ostensivo na rua, com o uso de atiradores de elite e helicópteros nas proximidades da Justiça Federal.

Houve também diferença nas estimativas de mobilização popular nos dois depoimentos. Para o primeiro, foi estimada a possível participação de mais de 60 mil pessoas, com a possível chegada de 300 ônibus de fora da capital paranaense.

Na última quarta-feira (13), as projeções não ultrapassavam as 4 mil pessoas. A Polícia Rodoviária Federal registrou cerca de 60 ônibus de caravanas.