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PT ainda não discute boicotar eleições porque confia em Lula candidato, diz Gleisi

Lula e Gleisi participam de evento da Fundação Perseu Abramo, em SP - Nelson Antoine/Estadão Conteúdo
Lula e Gleisi participam de evento da Fundação Perseu Abramo, em SP Imagem: Nelson Antoine/Estadão Conteúdo

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

21/09/2017 11h47Atualizada em 21/09/2017 17h52

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse nesta quinta-feira (21) que o partido ainda não discute formalmente um possível boicote à eleição de 2018 porque acredita que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será candidato.

"Nós nunca dissemos que vamos boicotar ou não participar de eleição. O que nós dissemos é que tinham setores do partido que chegaram a defender essa ideia, que de fato é muito forte uma eleição em que o Lula seja proibido de participar, é muito forte esse ataque à democracia. Mas nós temos certeza e convicção de que o Lula será candidato", afirmou Gleisi em um evento da Fundação Perseu Abramo, entidade de formação política do PT, em São Paulo.

Esta semana, a BBC Brasil noticiou que a possibilidade de boicote do PT ao pleito de 2018 passou a ser ventilada no partido diante da chance de que Lula não possa ser candidato. Ele já foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro em processo da Operação Lava Jato. Ainda não há previsão para seu julgamento em segunda instância.

Outras lideranças do PT presentes ao encontro desta quinta disseram ao UOL, sob condição de anonimato, que inexiste a possibilidade de boicote ao pleito de 2018.  "Você acha que governadores vão abrir mão de tentar a reeleição?", disse uma delas.

Gleisi afirmou que ainda aposta na candidatura do ex-presidente mesmo se ele for condenado em segunda instância, o que em teoria vetaria sua candidatura pela Lei da Ficha Limpa. Lula tem liderado as pesquisas de intenção de voto para a Presidência.

"O Lula é o nosso candidato. Nós vamos lutar pela candidatura do Lula, politicamente, judicialmente", disse a senadora. "[Lula será candidato] Mesmo tendo sua sentença confirmada pelo TRF [Tribunal Regional Federal]. Nós já tivemos casos de candidatos julgados em segunda instância que tiveram autorização para participar do processo eleitoral. Tem precedente."

Segundo a presidente do PT, a discussão sobre "plano A ou plano B" para a candidatura presidencial do partido nas eleições de 2018 é "diversionista".

"É uma discussão que está sendo incentivada de fora para dentro do PT. Quem tem interesse nessa discussão são os adversários, que querem disputar conosco com um candidato mais fraco", afirmou.

No mesmo evento, o ex-presidente declarou que o PT precisa de novas lideranças e ideias. "O PT está carecendo, está precisando produzir não apenas novos programas, mas novos dirigentes. Gente com a cabeça no século 21, gente pensando para frente, gente mais esperta que eu, por exemplo", disse.

O petista já foi condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro em processo da Operação Lava Jato. Ainda não há previsão para seu julgamento em segunda instância.

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Enquanto enfrenta suas pendências judiciais --ele é réu em sete processos e já foi condenado em um--, Lula continua com a agenda de pré-candidato a presidente. Depois de uma caravana pelo Nordeste, o petista vai viajar pelo Norte de Minas Gerais e pela região metropolitana de Belo Horizonte no fim de outubro. 

O PT também tenta se desgarrar do noticiário criminal para mirar de vez na campanha de 2018. Hoje, antes do início da reunião do Diretório Nacional, a Fundação Perseu Abramo (braço de formação do partido) lançou a plataforma virtual "Brasil que o povo quer", voltada para o debate de propostas para o país e a elaboração de um programa de governo.