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Impasse com PMDB é "um problema que será resolvido", diz Maia

Rodrigo Maia diz que rito da segunda denúncia contra Temer será igual ao da primeira - Foto: ABr
Rodrigo Maia diz que rito da segunda denúncia contra Temer será igual ao da primeira Imagem: Foto: ABr

Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

22/09/2017 12h11

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta sexta-feira (22) que o impasse com o PMDB “é um problema que será resolvido”. Maia disse no entanto que ainda não foi marcada nenhuma reunião com o Michel Temer, de quem sempre foi aliado, para solucionar o tema.

Temer teria se reunido auxiliares e dito que marcaria uma conversa com Maia para resolver o problema e conter a rebelião.

As declarações foram dadas durante sua participação na Convenção Nacional do Solidariedade, em São Paulo. Maia acusou o PMDB e o governo Temer de ter dado uma  “facada nas costas” do DEM ao assediar parlamentares que estavam prestes a fechar filiação ao DEM, como o senador Fernando Bezerra Coelho (ex-PSB-PE).

Entre os políticos que estão sendo cortejados pelos dois partidos está o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), que ofereceu a Rodrigo Maia um jantar ontem, em São Paulo. Doria disputa internamente com o padrinho político Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, a candidatura do PSDB à presidência da República.

O DEM é um dos principais aliados do presidente Michel Temer (PMDB) no Congresso Nacional. O impasse entre os dois partidos acontece no momento em que a segunda denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o presidente será analisada pelos deputados. Maia tem afirmado que a questão passará pelo plenário da Casa até outubro.

Sobre isso, Maia se restringiu a dizer que a denúncia seguirá o mesmo rito da primeira e não quis comentar se as rusgas entre PMDB e DEM tendem a enfraquecer a base de Temer para barrar o avanço da segunda denúncia. “Como presidente da Câmara, eu não posso tratar da denúncia, eu só posso tratar do rito e o rito é igual ao da primeira denúncia”, afirmou.

Mais cedo, o líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB), afirmou que a análise da segunda denúncia contra Temer, “pelo menos por parte dos democratas, será feita com base na lei, nos fatos e nas provas de forma absolutamente criteriosa”.

Em evento no Rio, no entanto, presidente da Câmara negou que os problemas entre PMDB e DEM possam influenciar na tramitação da denúncia contra Temer. "Não vamos misturar uma coisa tão grave, que é a denúncia, com um problema que envolve dois partidos e parte do Planalto", disse.

Na quinta, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 10 votos a 1, que a acusação apresentada pela PGR contra o presidente deve ser encaminhada aos parlamentares e entregou à Câmara a acusação. Temer é acusado pelos crimes de organização criminosa e obstrução de justiça. A denúncia tem como bases principais as delações premiadas de executivos da JBS e do corretor de valores Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB.

A apresentação da denúncia foi um dos últimos atos de Rodrigo Janot à frente da PGR.