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Sem acesso a delação de Funaro, Justiça adia de novo depoimentos de Cunha e Alves

Eduardo Cunha, condenado pelo juiz Sergio Moro, está preso há um ano - Foto: Lula Marques / Agência PT
Eduardo Cunha, condenado pelo juiz Sergio Moro, está preso há um ano Imagem: Foto: Lula Marques / Agência PT

Do UOL, em São Paulo

03/10/2017 17h39Atualizada em 03/10/2017 17h42

Ainda sem acesso à delação premiada do empresário Lúcio Funaro, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, adiou mais uma vez o depoimento dele e do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na ação derivada da Operação Sépsis, que trata de suposto esquema de propina para liberação de dinheiro pelo FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Previsto para o dia 9, o depoimento agora deverá acontecer no dia 11 de outubro e não poderá ultrapassar o dia 16, uma vez que o retorno de Cunha para Curitiba já foi marcado para ocorrer entre os dias 17 e 18. O ex-deputado está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e se não for ouvido até o prazo final, deverá dar os esclarecimentos por meio de videoconferência com o magistrado, conforme decisão desta terça (3).

O retorno de Cunha para Curitiba é necessário porque ele cumpre condenação da Lava Jato no município. Cunha chegou à Papuda no dia 18 de setembro, a pedido de sua defesa, justamente para acompanhar o processo. Inicialmente, os advogados requisitaram que ele permanecesse de maneira definitiva em Brasília, deixando a custódia no Paraná. Porém, não houve nenhuma decisão para que isso acontecesse.

Além de Cunha e Funaro, também serão ouvidos na ação o ex-ministro Henrique Eduardo Alves, o ex-vice-presidente de Fundos e Loteria da Caixa Fábio Ferreira Cleto e o empresário Alexandre Rosa Margotto. Em sua delação premiada, Cleto afirmou que o ex-deputado e Funaro intermediavam pagamento de propina para liberação de valores do FI-FGTS para grandes grupos econômicos. Se quiserem, os envolvidos poderão acompanhar os interrogatórios.

O processo

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), entre os anos de 2011 e 2015, o então deputado Eduardo Cunha atuou em um esquema de cobrança de propina a empresas beneficiadas pela Caixa Econômica Federal e ao FI-FGTS.

O esquema teria contado com a participação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Loterias da Caixa Econômica Federal que posteriormente assinou um acordo de delação premiada.

Além de Cleto, Cunha e Alves, também são denunciados no processo o corretor Lúcio Funaro, apontado como operador do PMDB, e o empresário Alexandre Margotto, que firmou acordo de colaboração premiada.

Eduardo Cunha tem negado o envolvimento em qualquer prática ilegal. O advogado Marcelo Leal, que representa Henrique Alves no processo, afirma que não há no processo nenhuma prova contra seu cliente.