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Sessão que analisa afastamento de Aécio tem bate-boca entre senadores

'Tem que ser um que a gente mata antes de delatar', diz Aécio sobre quem pegaria dinheiro da JBS

UOL Notícias

Luciana Amaral e Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

17/10/2017 19h01

Um comentário do senador José Medeiros (Podemos-MT) ao fim do discurso do senador Humberto Costa (PT-PE) deu início a um bate-boca entre os dois durante a sessão do plenário desta terça-feira (17) que analisa as medidas impostas contra o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

"O PT tem uma moral para falar disso...", declarou Medeiros depois que Costa, que é líder da minoria no Senado, afirmou que a bancada petista votaria a favor da manutenção do afastamento de Aécio e que o Congresso não pode se omitir pela segunda vez ao lembrar o arquivamento do caso do tucano na Comissão de Ética da Casa.

"Maior que a de vossa excelência, muito maior que a de vossa excelência", rebateu o pernambucano, enquanto deixava a tribuna do plenário. Medeiros então treplicou dizendo que não rouba, não mete a mão no bolso de aposentado e nem saqueia a Petrobras.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE) tentou dar fim ao bate-boca dizendo que não iria permitir a discussão pelo microfone, mas a troca de ataques continuou no plenário. "Vossa excelência é um bobo da corte", gritou Costa, que também chamou Medeiros de "pau-mandado".

"E vocês roubam. Toma vergonha, rapaz", afirmou o senador do Podemos. Os senadores apontaram o dedo um para o outro, deixando seus assessores receosos.

Eunício deu a palavra ao senador Reguffe (Sem partido-DF), que era o próximo inscrito a falar.

Em sua fala, Costa afirmou que “agora não podemos jogar a culpa em quer que seja". "Não estamos julgando aqui a conduta do parlamentar que jogou a democracia brasileira no lixo e não aceitou um resultado eleitoral justo, correto e que disse que questionou por brincadeira. Esse é um julgamento político que a história está fazendo e vai fazer”, argumentou.

Como será a votação

Para que haja uma definição do destino de Aécio Neves no Senado, é preciso 41 votos em plenário a favor do afastamento ou contra o afastamento. O deputado que votar "sim" será a favor de manter a decisão da 1ª Turma, ou seja, o afastamento de Aécio. Quem votar "não" rejeita a decisão do STF, ou seja, defende que o mineiro retome o mandato.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), anunciou que, se nenhum dos lados obtiver 41 votos, a votação será repetida indefinidamente, até que se chegue a um resultado com maioria absoluta. Mais cedo, quando questionado sobre o assunto, Eunício afirmou não poder "trabalhar com essa hipótese".