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PSDB nega que haja acordo pra salvar Aécio e Temer

03.ago.2017 - Com Tasso Jereissati (d) ao fundo, Aécio Neves concede entrevista a jornalistas após encontro para definir os rumos do comando do PSDB - George Gianni/PSDB
03.ago.2017 - Com Tasso Jereissati (d) ao fundo, Aécio Neves concede entrevista a jornalistas após encontro para definir os rumos do comando do PSDB Imagem: George Gianni/PSDB

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

18/10/2017 17h22

Em nota publicada nesta quarta-feira (18) pela Executiva Nacional do partido, o PSDB negou a existência de um acordo para que deputados do partido votem a favor do presidente Michel Temer (PMDB) na tramitação da denúncia na Câmara dos Deputados.

A suposta contrapartida do acordo, negado pelo partido, seriam os votos que ajudaram a devolver o mandato ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente licenciado da legenda.

A bancada do PSDB no Senado votou na terça-feira (17) para revogar o afastamento do mandato imposto a Aécio por decisão da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Aécio foi denunciado por suspeitas dos crimes de corrupção e obstrução de justiça, a partir de investigações iniciadas com a delação da JBS. O senador nega ter praticado os crimes.

Veja também:

O Senado decidiu, por 44 votos a 26, revogar a decisão do STF e devolver o mandato ao senador.

“Nossa decisão não implica de forma nenhuma em um juízo de valor sobre as atitudes do senador Aécio e muito menos pode ser entendida como parte de qualquer acordo relacionado à votação da denúncia contra o presidente da República na Câmara dos Deputados”, diz a nota da Executiva Nacional do partido.

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), também rejeitou a existência do suposto acordo: “Não tem o menor compromisso, contrapartida nossa em relação à questão da Câmara”, disse, em entrevista a jornalistas ao chegar no plenário do Senado.

Segundo Jereissati, a afirmação será comprovada pela votação da bancada do PSDB na Câmara na denúncia contra Temer.

A nota da Executiva Nacional, uma das instâncias máximas do partido, também afirma que a decisão de salvar o mandato de Aécio não representa um “juízo de valor” sobre as acusações contra o senador, mas apenas a garantia do seu direito de defesa.
 

Veja a íntegra da nota:

A posição da bancada do PSDB do Senado Federal, na votação sobre as medidas cautelares aplicadas pela Primeira Turma do STF contra o senador Aécio Neves, deve-se única e exclusivamente à nossa convicção de que todo e qualquer cidadão tem direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios básicos do Estado Democrático de Direito.

Nossa decisão não implica de forma nenhuma em um juízo de valor sobre as atitudes do senador Aécio e muito menos pode ser entendida como parte de qualquer acordo relacionado à votação da denúncia contra o presidente da República na Câmara dos Deputados.

O PSDB reafirma seu compromisso contra a impunidade, defendendo a ampla investigação de toda e qualquer denúncia devidamente fundamentada contra quem quer que seja, inclusive membros do partido, assegurados todos os direitos e garantias processuais, corolários da igualdade de todos perante a lei.

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