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Após Senado devolver mandato, Tasso defende saída de Aécio da presidência do PSDB

'Tem que ser um que a gente mata antes de delatar', diz Aécio sobre quem pegaria dinheiro da JBS

UOL Notícias

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

18/10/2017 11h25Atualizada em 18/10/2017 14h26

Presidente interino do PSDB, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) defendeu nesta quarta-feira (18) que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se afaste de forma definitiva da presidência do partido.

Aécio está licenciado da presidência do PSDB desde que foi envolvido nas investigações da delação da JBS. O tucano foi denunciado por suspeitas dos crimes de corrupção e obstrução de justiça, após ser gravado pedindo R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. Aécio nega irregularidade e diz que o valor foi um empréstimo pessoal.

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"Acho que ele não tem condições, dentro da circunstância que está, de ficar como presidente do partido. E nós precisamos ter uma solução definitiva e não provisória", disse Tasso, em rápida entrevista a jornalistas ao chegar no Senado pela manhã.

Tasso afirmou que ainda não conversou com Aécio após a decisão de ontem do Senado de devolver o mandato ao senador mineiro, revogando decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que o afastou do mandato e determinou seu recolhimento noturno em casa.

Tasso disse considerar que a decisão do Senado foi "mal interpretada".

"No meu entender, é dar ao senador Aécio o que ele não teve ainda, que é o direito de defesa", disse.

"Aqui no próprio Senado ele vai ter o Conselho de Ética, onde vai ter que se defender. E ao mesmo tempo o julgamento no Supremo continua e ele vai ter o direito de apresentar sua defesa", afirmou Tasso.

Após ter um pedido de cassação, movido pela Rede, arquivado pelo Conselho de Ética do Senado em julho, Aécio foi alvo de uma nova representação à comissão, apresentada em setembro pelo PT. Esta segunda representação ainda não foi analisada pelo Conselho de Ética.