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Secretário do RJ se diz 'indignado' com falas de ministro e afirma que comandante morreu em assalto

Secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá (centro), na Rocinha no início do mês - Paula Bianchi/UOL
Secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá (centro), na Rocinha no início do mês Imagem: Paula Bianchi/UOL

Do UOL, no Rio

31/10/2017 15h21Atualizada em 31/10/2017 17h25

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, se disse nesta terça-feira (31) indignado com as críticas feitas pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, à condução da segurança pública por parte do governo fluminense. Segundo Sá, investigações indicam que o tenente-coronel Luiz Gustavo Teixeira, que comandava o 3º BPM (Batalhão da Polícia Militar), foi vítima de tentativa de assalto. O oficial foi atacado a tiros em uma rua do Méier, bairro da zona norte carioca.

Em entrevista ao blogueiro do UOL Josias de Souza publicada nesta terça, Torquato declara-se convencido de que o assassinato do comandante do batalhão não foi resultado de um assalto. ''Esse coronel que foi executado e ninguém me convence que não foi acerto de contas.”

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O ministro relatou que conversou sobre o assunto com o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e com o secretário de Segurança. Encontrou-os na última sexta-feira (27), em Rio Branco (AC), numa reunião com governadores de vários Estados. “Eu cobrei do Roberto Sá e do Pezão”, relata Torquato.

Entretanto, os interlocutores do ministro reiteraram que se tratou de um assalto. E o ministro: “Ninguém assalta dando dezenas de tiros em cima de um coronel à paisana [em verdade, o oficial da PM estava fardado], num carro descaracterizado. O motorista era um sargento da confiança dele.”

Ainda segundo o ministro, Pezão e Sá não controlam a Polícia Militar. Para ele, o comando da PM no Rio decorre de "acerto com deputado estadual e o crime organizado." O ministro diz também que os "comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio".

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Em nota, o secretário de Segurança refuta as afirmações e diz ter colocado como “premissa básica para assumir o cargo a total autonomia para a escolha dos comandados”, feita, segundo ele, a partir de critérios técnicos.

“A despeito de todas as crises pelas quais o Estado passa, incluindo a financeira, que afeta diretamente a remuneração dos agentes públicos, bem como qualquer investimento ou custeio, a Secretaria de Segurança, por meio do incessante trabalho das polícias Civil e Militar, vem mantendo a produtividade em ações, bem como conseguindo reverter a tendência de aumento de alguns indicadores de criminalidade, reduzindo importantes crimes”, afirma o comunicado.

“Só posso demonstrar minha surpresa e minha indignação com essas declarações”, afirmou o secretário em entrevista à Globo News. Segundo ele, “ações como essa, comentários genéricos assim, não contribuem para nada.”

“Talvez ninguém corte tanto na carne quanto nós”, disse, referindo-se aos policiais expulsos da corporação por suspeitas de corrupção. “Se tivesse qualquer tipo de execução ou acerto de contas não esconderíamos. Não estamos aqui para esconder nada de ninguém.”