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Tribunal mantém prisão preventiva de braço direito de Sérgio Cabral

Wilson Carlos, ex-secretário do governo de Sérgio Cabral (PMDB) no Rio de Janeiro, presta depoimento a Moro - Divulgação/Justiça Federal do Paraná
Wilson Carlos, ex-secretário do governo de Sérgio Cabral (PMDB) no Rio de Janeiro, presta depoimento a Moro Imagem: Divulgação/Justiça Federal do Paraná

Do UOL, em São Paulo

07/11/2017 17h02Atualizada em 07/11/2017 20h01

O TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) manteve a prisão preventiva do ex-secretário de gestão do governo do Rio de Janeiro Wilson Carlos Carvalho, braço direito do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O colegiado confirmou em julgamento desta terça-feira (7) a decisão liminar proferida pelo desembargador João Pedro Gebran Neto em setembro.

Preso desde novembro do ano passado, Carvalho foi condenado pela 13ª Vara Federal de Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 10 anos e 8 meses de reclusão e teve a prisão preventiva mantida pelo juiz federal Sergio Moro. 

A defesa recorreu ao TRF4 alegando que a medida cautelar era excessiva e estaria havendo antecipação da pena. Segundo os advogados, a prisão está baseada apenas no relato de delatores da empreiteira Andrade Gutierrez, com provas frágeis, fundamentando-se nos mesmos elementos analisados há 10 meses.

Gerbran Neto avaliou que as provas contidas nos autos são suficientes para comprovar os delitos cometidos pelo réu. O desembargador ressaltou que a renovação da prisão preventiva na sentença é legal e o que as defesas chamam de excesso e vulgarização das prisões preventivas no âmbito da Operação Lava Jato “carece de sustentação, pois apenas 15% das colaborações premiadas foram firmadas com réus investigados presos”.

O magistrado também afirmou que a medida cautelar tem o objetivo de preservar a ordem pública, de prevenir o envolvimento do investigado em outros esquemas criminosos, além de impedir ou dificultar novas condutas de ocultação e dissimulação do produto do crime, que ainda não foi recuperado.

Carvalho é apontado pelo MPF (Ministério Público Federal) como um dos principais aliados de Cabral no grandioso esquema de cobrança de desvios em contratos de obras públicas no Rio e responde a processos, ao lado do ex-governador, na Justiça Federal do Rio.

O UOL procurou a defesa de Carvalho, mas não teve resposta.