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Lula diz não ser "velhinho desanimado" e que disputará eleição com "energia de 20 anos"

Ex-sócio de Temer, empresário ironiza Lula

UOL Notícias

Do UOL, em São Paulo

18/11/2017 14h53

Em ato em Diadema (Grande São Paulo), neste sábado (18), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que pretende disputar a eleição presidencial de 2018 não como "um velhinho desanimado", mas com "a energia de um menino de 20 anos".

“Embora o meu documento diga que eu tenho 72 anos, a minha energia é de 30 anos. Na verdade, estou me sentindo com a energia de um menino de 20 anos”, afirmou o petista, que se disse, por outro lado, estar “mais preparado, mais calejado, mais experiente". "Se eles acham que vão enfrentar um velhinho desanimado, podem tirar o cavalinho da chuva”, avisou.

Segundo o último Datafolha, Lula lidera a corrida presidencial. O petista foi condenado pelo juiz Sergio Moro em primeira instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso tríplex do Guarujá (SP). Sua presença na disputa eleitoral é incerta. Se for condenado em segunda instância, Lula pode ficar inelegível.

Em tom de campanha, o ex-presidente discursou em um evento pela comemoração dos 35 anos da eleição do primeiro petista a conquistar uma prefeitura no país. Cerca de 200 a 300 pessoas acompanharam o evento.

Ele não citou a baixa adesão –se comparado, por exemplo, aos atos como os da caravana pelo Nordeste, este ano –, mas admitiu que “certamente” os organizadores poderiam ter escolhido a sexta à noite para o evento, já que, hoje, "sábado de feriado, muita gente viaja para um banho na praia ou aqui perto, na represa Billings”. "Mas acho importante a gente relembrar a história”, disse, citando a eleição de Gilson Menezes para a prefeitura da cidade, em 1982.

Durante o ato, Lula defendeu ainda que "salário não é renda" e, portanto, o "povo" não deve pagar Imposto de Renda sobre seus vencimentos. Para o petista, a tributação deve recair sobre os "ricos".

Sobre a disputa pelo Planalto, o ex-presidente afirmou que "se meus companheiros do PT quiserem, e se o povo quiser", vai voltar a ser candidato em 2018.

O petista ainda fez críticas à baixa popularidade do presidente Michel Temer (PMDB). “Nunca, em toda a história deste país, se teve um presidente com essa representatividade”, afirmou Lula, para quem o peemedebista e seus aliados, com a reforma trabalhista, prejudicaram a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), criada na década de 1930 pelo então presidente Getúlio Vargas.

"O que Getúlio fez foi dar cidadania para a gente, com a CLT. Acabaram com ela dizendo que vão gerar mais emprego, mas que tipo de emprego vai vir? Trabalho intermitente, em que se ganha só pelas horas trabalhadas?”, indagou.

Novamente citando a disputa de 2018, o petista reforçou o discurso anti-privatização em contraponto a adversários da pré-disputa, como prefeito João Doria (PSDB) –que, ontem, falou em entrevista sobre privatizar a Petrobras.

“Não vamos vender empresa pública. Eles falam que não elas prestam porque eles querem vender. Elas têm de ser o motor do desenvolvimento deste país”, defendeu.