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Não perseguimos os políticos, mas não os protegemos, diz Bretas

O juiz federal Marcelo Bretas em entrevista ao jornalista Pedro Bial - Reprodução/Rede Globo
O juiz federal Marcelo Bretas em entrevista ao jornalista Pedro Bial Imagem: Reprodução/Rede Globo

Do UOL, em São Paulo

13/12/2017 02h41

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal, responsável pela primeira instância da Lava Jato no Rio de Janeiro, negou acusações de que a operação esteja perseguindo políticos. “Não é verdade. Nós não perseguimos, mas não protegemos”, ponderou o magistrado em entrevista ao programa "Conversa com Bial", da TV Globo, exibida nesta quarta-feira (13).

Para ele, o movimento de combate à corrupção é mundial. “Príncipes estão sendo presos. O mundo todo está combatendo a corrupção”, citou.

Ao ser questionado sobre a “fama” que a Lava Jato tem concedido a juízes como ele e Sergio Moro, fez questão de minimizar a visão de 'justiceiro' que se formou sobre eles. “O trabalho da Justiça não é prender e condenar, mas esclarecer”, afirmou.

Bial tentou que Bretas se comparasse ao juiz de primeira instância do Paraná, mas ele afirmou que não poderia dizer nada porque nunca conviveu com Moro.

Relação com Cabral

Logo no início da entrevista, Bial usou uma série de alegorias com os times Vasco e Flamengo para tratar da relação do juiz com o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, preso há mais de um ano por ser apontado como chefe do maior esquema de corrupção já existente no Estado. Até o momento, o político foi condenado a 72 anos e quatro meses de reclusão.

Ao final do último interrogatório, na quinta-feira passada (7), o ex-governador e o juiz fizeram brincadeiras sobre os clubes --apesar de vascaíno, Cabral disse que torceria para o Flamengo, time de Bretas.

O juiz também minimizou qualquer tensão que tenha havido durante os depoimentos de Cabral, principalmente durante o episódio em que o réu afirmou ter informações de que a família de Bretas tinha uma das maiores empresas de bijuteria do Rio de Janeiro.

“Ele pediu desculpas e eu mesmo falei que estávamos de bem”, disse o juiz, repetindo o que disse no começo de novembro.

Armadilhas do Twitter

Usuário da rede social desde o começo de outubro, o juiz publicou no início do mês uma foto na qual empunha um fuzil durante um treinamento de tiro ao alvo com a Polícia Civil do Estado. Segundo ele, houve orientação oficial para fazer esse treinamento. “Divulguei no Twitter, mas acho que não deveria [ter publicado]”, disse, reticente.

Durante toda a entrevista, Bretas fez questão de passar imagem de discrição. Esclareceu que estava sendo convidado ao programa há muitos meses e declarou que estar ali “não era uma coisa natural”.

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