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Em semana de respostas à PF, Temer encontra Segovia; Planalto diz que tema foi "segurança"

Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília*

15/01/2018 16h00Atualizada em 15/01/2018 17h31

Nesta segunda-feira (15), na semana em que precisa entregar à Polícia Federal respostas de 50 questionamentos sobre suposto recebimento de propina, o presidente Michel Temer (PMDB) reuniu-se com o diretor-geral da corporação, Fernando Segovia, no Palácio do Planalto.

Também participou do encontro o subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil e eventual substituto do ministro da pasta – Eliseu Padilha –, Gustavo do Vale Rocha. Procurada pelo UOL, a Presidência informou que os temas tratados foram referentes à segurança pública e à segurança nas fronteiras.

A reunião não estava prevista originalmente na agenda de Temer para esta segunda. A conversa do presidente com Segovia, além de outros compromissos pela manhã, foi informada somente às 11h10, duas horas após seu início.

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Até sexta-feira (19), Michel Temer tem de devolver o questionário enviado pela PF pertencente a um inquérito que investiga se o presidente recebeu propinas de empresas do ramo de portos em troca de benefícios a elas em decreto editado no primeiro semestre do ano passado, em especial o grupo Rodrimar, com atuação no Porto de Santos. O texto aumentou as concessões do setor de 25 para 35 anos, prorrogáveis até 70 anos.

Também são investigados o ex-assessor especial do presidente e ex-deputado federal, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) – flagrado correndo com uma mala contendo R$ 500 mil em São Paulo –, o dono da Rodrimar, Antônio Celso Grecco, e um diretor do grupo, Ricardo Conrado Mesquita.

Na última sexta-feira, o presidente teve um encontro com seu advogado, Antonio Claudio Mariz, em São Paulo. Segundo o "Estadão Conteúdo", Mariz afirmou que Temer vai responder a todas as perguntas, apesar de sua defesa considerar alguns dos questionamentos "impertinentes". Ao contrário do ano passado, quando em junho ignorou a PF e não respondeu a nenhuma das 82 indagações feitas no âmbito de outro inquérito - sobre corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa no caso do Grupo J&F -, desta vez o presidente decidiu responder.

As respostas deverão ser protocoladas no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta semana. O relator do inquérito na Corte é o ministro Luís Roberto Barroso. (*Com Estadão Conteúdo)