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No PR, Cabral se recusa a depor e reclama da distância do advogado e da família: 'direito prejudicado'

"Filhotes da Lava Jato": veja quais as operações miram Cabral

UOL Notícias

Paula Bianchi

Do UOL, no Rio

27/02/2018 16h47

Preso em Curitiba desde o fim de janeiro, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) se recusou nesta terça-feira (27) a prestar depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Criminal Federal. Por meio de videoconferência, ele reclamou que, no período, não conseguiu se reunir com seu advogado, Rodrigo Roca, tampouco com familiares.

"Meu direito de defesa está prejudicado. Estou há mais de 30 dias em Curitiba. Não tive oportunidade de estar com meu advogado, que está no Rio respondendo a prazos. Não há nenhum preso em Curitiba com 20 processos no Rio. Estou há mais de 30 dias aqui, não me reuni com a minha família. Desejo falar nesse processo e nos demais processos, mas, nesse caso, meu direito de defesa está prejudicado.”

Bretas perguntou à defesa de Cabral se seu advogado, Rodrigo Roca, foi impedido de ter contato com o ex-governador em algum momento. Roca disse que não e citou a dificuldade de ir até o Paraná conversar com o réu pessoalmente frente ao grande número de ações contra o emedebista pelas quais é responsável no Rio.

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Essa é a primeira audiência da Lava Jato no Rio desde que o ex-governador foi transferido para Curitiba sob suspeita de regalias nas prisões fluminenses. Preso desde novembro de 2016 e condenado a 87 anos de prisão, acusado de comandar um esquema bilionário de propina, Cabral é réu em 21 processos na Justiça Federal.

Além dele, foram ouvidos os irmãos Renato e Marcelo Chebar, doleiros do ex-governador; o ex-secretário de Governo Wilson Carlos; e o também operador Sérgio de Castro Oliveira, o "Serjão".

No início do mês, Marcelo Bretas aceitou denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-governador fluminense, o empresário Eike Batista, e outras sete pessoas investigadas em um desdobramento da Operação Eficiência. Cabral responde por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

De acordo com a Procuradoria, Eike fez ao menos dois pagamentos ao ex-governador --um de US$ 16,5 milhões, depositados no exterior, e outro de R$ 1 milhão por meio do escritório de advocacia da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo.