Após reação do Planalto, Barroso diz que "elogios ou críticas" não fazem diferença
Um dia após ser alvo de críticas de membros do governo do presidente Michel Temer (MDB), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou nesta quarta-feira (14), em palestra numa faculdade de Brasília, que “elogio ou crítica” não fazem diferença quando se sabe estar cumprindo “a missão da vida da gente”.
"Quando a gente cumpre a missão da vida da gente, elogio ou crítica não fazem muita diferença, porque a gente sabe que está no nosso caminho, que é empurrando a história para onde ela deve seguir", disse o ministro.
Barroso não fez referência direta às críticas do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), como a de que o ministro do Supremo teria “motivações políticas” ligadas ao PT.
A afirmação de Barroso foi feita ao final de uma palestra sobre o direito de acesso à água, que teve a participação também da procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
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Ao fazer o comentário, o ministro se dirigia aos jornalistas presentes no evento e, de forma bem humorada, pedia desculpas por não poder abordar outros temas. “Há o momento de falar e há o momento de calar”, disse.
No final da palestra, Barroso evitou as perguntas sobre Temer. “Não estou dando entrevistas”, afirmou o ministro.
Na terça-feira (13), o Palácio do Planalto convocou uma coletiva de imprensa em que os ministros Carlos Marun e Torquato Jardim (Justiça) criticaram a decisão de Barroso sobre o decreto de indulto de Natal.
Marun, que é deputado federal licenciado, chegou a afirmar que estuda pedir o impeachment de Barroso. Um processo desse tipo deve tramitar no Senado e pode ser pedido por qualquer parlamentar.
Na segunda (12), o ministro do STF suspendeu parcialmente o decreto publicado em dezembro pelo presidente Michel Temer e fixou regras para a concessão do benefício aos presos de todo o país.
A decisão de Barroso estabeleceu critérios mais rígidos que os previstos originalmente no decreto e deixou de fora do benefício os chamados crimes do colarinho branco, como corrupção e lavagem de dinheiro.
Barroso também é relator do inquérito contra o presidente Temer sobre o chamado "decreto dos portos" e autorizou recentemente a quebra de seu sigilo bancário, decisão que também provocou reações de aliados do Planalto. Ao se tornar pública a quebra de sigilo, o ministro Marun classificou a decisão como “abusiva e desnecessária”.
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