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Marun acusa Janot de pressionar Dodge a tentar tirar Temer das eleições com PGR

O ministro acusa Janot de querer transformar a PGR em um "partido político" - Foto: EVARISTO SA / AFP
O ministro acusa Janot de querer transformar a PGR em um "partido político" Imagem: Foto: EVARISTO SA / AFP

Do UOL, no Rio

01/04/2018 12h35

Em uma postagem publicada em seu Facebook neste domingo (1º), o ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer (MDB), Carlos Marun, acusou o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, de tentar condicionar a atual titular da PGR (Procuradoria Geral da República), Raquel Dodge, a transformar a instituição em um “partido político, um instrumento para tirar o presidente da República das eleições”.

A operação da Polícia Federal que resultou na prisão temporária de dois amigos pessoais de Temer na quinta-feira (29) foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso a pedido de Dodge e revogada no sábado, também a pedido da PGR, decisão criticada por Janot.

“Janot, que teve a proteção de Raquel Dodge para conseguir fugir do depoimento à CPI da JBS, agora tenta condicioná-la com críticas irônicas à sua atuação”, escreveu Marun. A crítica foi postada junto a uma imagem em que o ex-procurador aparece ao lado do advogado de Joesley Batista, Pierpaolo Bottini, em um bar em Brasília um dia depois de a Procuradoria pedir a prisão do cliente dele e de outro delator do grupo, Ricardo Saud, em setembro.

"Janot quer continuar seu trabalho de fazer da PGR um partido político, um instrumento para tirar o presidente da República das eleições. Isto é inadmissível no Estado de Direito", concluiu.

Na quinta-feira, Marun afirmou que a operação da PF envolvendo os aliados do presidente mostra que há "um complô" para inviabilizar a candidatura Temer à reeleição.

A investigação apura se há irregularidades no Decreto dos Portos. Foram presos na quinta-feira e liberados no sábado o empresário e advogado José Yunes, o presidente da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi e o coronel da PM reserva João Batista de Lima Filho, o coronel Lima, entre outros.

A reportagem tenta contatar o ex-procurador-geral da República para comentar o caso.