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Um mês após prisão, Presidência ainda não decidiu se irá manter seguranças de Lula

O ex-presidente Lula chega à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, rodeado de agentes da PF - Theo Marques 7.abr.2018 /UOL
O ex-presidente Lula chega à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, rodeado de agentes da PF Imagem: Theo Marques 7.abr.2018 /UOL

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

07/05/2018 04h00Atualizada em 07/05/2018 15h46

Um mês após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), completado nesta segunda-feira (7), a Presidência da República ainda não decidiu se irá manter a equipe de segurança e assessores e os carros dele bancados pelo governo.

Conforme a Legislação, todo ex-presidente tem direito a uma equipe de oito pessoas paga com o orçamento da Presidência de forma vitalícia. São quatro servidores para “segurança e apoio pessoal”, dois servidores para assessoramento e dois motoristas junto aos respectivos carros oficiais. A prerrogativa do fornecimento de seguranças a ex-presidentes foi estabelecida por meio de lei em 1986. Um decreto que regulamenta a situação e detalha como se dá o treinamento da equipe, entre outros aspectos, foi publicado em 2008.

O salário desses assessores pode chegar a R$ 13 mil. Todos os auxiliares são de livre escolha do ex-presidente.

Atualmente, o Brasil conta com cinco ex-mandatários vivos: José Sarney (MDB), Fernando Collor de Mello (PTC), Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT).

Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP) e está detido na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, capital do Paraná. Visitas são limitadas e o ex-presidente tem direito a duas horas de banho de sol por dia.

A legislação não prevê como agir em relação à manutenção da equipe quando um ex-presidente é preso. Por isso, a subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil está responsável por elaborar um parecer sobre o caso de Lula. No entanto, o documento ainda não foi finalizado, segundo informado ao UOL.

Após a elaboração do parecer, este será encaminhado à Secretaria de Administração da Secretaria-Geral da Presidência, com status de ministério. Em última instância, o ministro interino Joaquim Lima – desde a realocação de Moreira Franco para a pasta de Minas e Energia – decide se acatará ou não, mesmo que parcialmente, a sugestão recebida.

Caso a decisão seja pela suspensão dos trabalhos da equipe, o cumprimento será imediato, informou a Secretaria-Geral da Presidência.

Questionada pelo UOL se há algum assessor ou segurança mantido pelo Planalto trabalhando ainda para Lula desde que este foi preso, a assessoria do ex-presidente informou não saber e pediu que a reportagem procurasse a Secretaria-Geral da Presidência.

Se a Presidência cortar os assessores do ex-presidente, será mais um problema para o estafe do petista. Em abril deste ano, o Instituto Lula, seu presidente, Paulo Okamotto, e o próprio Lula tiveram os bens bloqueados pela Justiça. Por isso, desde que o ex-presidente foi preso, o instituto lançou uma vaquinha online para arrecadar recursos para se manter. A meta é chegar aos R$ 720 mil apenas para a manutenção no primeiro semestre. Até esta sexta (4), 27,1% do objetivo havia sido atingido.