Ministro libera ação da Lava Jato contra Gleisi para julgamento no STF
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello liberou para julgamento a ação penal contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT.
Celso é revisor da ação no Supremo. O processo é relatado por Fachin. Após o relator concluir a fase de instrução, quando são juntadas provas e ouvidas testemunhas, ele relata o processo e libera o caso para revisão. Esgotada essa fase, cabe ao revisor liberar o processo e pedir que ele seja incluído em pauta.
A decisão sobre a data de julgamento caberá ao atual presidente da 2ª Turma do STF, Ricardo Lewandowski.
Este deverá ser o segundo processo da Lava Jato no STF a ir a julgamento. O primeiro foi a ação penal contra o deputado Nelson Meurer (PP-PR), condenado a 13 anos e noves meses de prisão no dia 29 de maio.
No processo são investigados a senadora e marido dela, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT), por suspeitas de terem recebido de forma ilegal R$ 1 milhão para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.
Eles são réus no processo por suspeita dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
A senadora e o marido negam qualquer participação em irregularidades. Os advogados de defesa do casal afirmam que a denúncia não traz provas e se baseia em "meras conjecturas".
A defesa da senadora disse acreditar na sua absolvição pelo Supremo. "A defesa recebe com naturalidade a notícia do julgamento e confia que a senadora será absolvida”, afirmou o advogado Rodrigo Mudrovitsch.
Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República, o dinheiro teria origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Operação Lava Jato e teria sido repassado à campanha com o objetivo de manter no cargo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, hoje um dos principais delatores do esquema de corrupção na estatal.
Paulo Bernardo foi ministro do Planejamento no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministro das Comunicações na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
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