"Perguntas impertinentes" e "fazendo meu trabalho": Moro e defesa de Lula voltam a bater boca
O juiz Sergio Moro e o advogado Cristiano Zanin Martins, que integra a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), protagonizaram mais um bate-boca em uma audiência realizada nesta segunda-feira (18).
Moro e Zanin se desentenderam próximo ao fim do depoimento de Misael de Jesus Oliveira, encarregado de obras da OAS Empreendimentos. Oliveira foi arrolado como testemunha pela defesa de Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, que assim como Lula é réu na ação que investiga se o petista recebeu cerca de R$ 1 milhão das empresas Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas no sítio de Atibaia, que era frequentado por ele e sua família.
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A discussão teve início após o magistrado indeferir uma pergunta feita por Zanin. Quando Oliveira disse não saber o sobrenome dos outros três funcionários da OAS que, segundo ele, foram convocados a trabalhar nas reformas custeadas pela empreiteira no sítio, Zanin questionou se os sobrenomes não constavam no crachá da empresa.
“Doutor, aí vou indeferir essas questões, porque a defesa está... A testemunha já respondeu, e a insistência da defesa está inapropriada”, interveio Moro.
O funcionário da OAS exibiu, então, seu crachá aos presentes na sala de audiência, dizendo que nele consta apenas o nome da pessoa.
“Não tem necessidade, senhor Misael. Doutor, essas perguntas estão indeferidas. São inapropriadas”, disse Moro.
“Então Vossa Excelência está indeferindo por antecipação?”, questionou Zanin. “Indeferi essa pergunta que o senhor fez agora, doutor”, respondeu Moro.
Pouco depois, o magistrado afirmou: "Mais uma vez o doutor está sendo hostil à testemunha. Sempre acontece quando tem uma testemunha que é contrária à tese da defesa”.
"Estou fazendo o meu trabalho, que é aqui a descoberta dos fatos", respondeu Zanin.
"O juízo também faz o seu trabalho indeferindo perguntas impertinentes", completou Moro.
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