PF abre inquérito para investigar Dirceu em terceiro processo com Moro
A Polícia Federal comunicou ao juiz federal Sergio Moro na última sexta-feira (13) que instaurou inquérito para investigar possíveis crimes de lavagem de dinheiro envolvendo o ex-ministro José Dirceu (PT). A apuração faz parte do terceiro processo em que Dirceu é réu em ações ligadas à Operação Lava Jato e comandadas por Moro.
O processo acusa Dirceu de, entre 2011 e 2014, ter recebido cerca de R$ 2,2 milhões “sem que houvesse efetiva prestação de serviços” por meio de sua empresa de consultoria. Os valores envolvidos viriam de um esquema de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo contratos entre a Petrobras e as empreiteiras Engevix e UTC.
Gerson Almada, ex-vice-presidente da empreiteira Engevix, também é réu no processo. Em julho do ano passado, dois meses após a força-tarefa da Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) do Paraná ter apresentado a denúncia a Moro, ele disse à PF que os pagamentos eram para Dirceu e se referiam a propinas.
O MPF, então, solicitou que novos inquéritos fossem abertos para investigar as informações de Almada. Em fevereiro passado, ao tornar Dirceu réu, Moro determinou que a PF instaurasse a investigação sobre o recebimento dos valores, o que foi informado na semana passada.
As apurações da PF terão impacto no processo que, por sua vez, ficará parado até fevereiro do ano que vem. Moro disse que “todos os acusados já foram condenados, alguns mais de uma vez, em primeira e segunda instância a penas elevadas”. Dirceu, por exemplo, já foi sentenciado à prisão em seus dois primeiros processos, mas está em liberdade desde junho por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).
“O que é necessário é a efetivação das condenações já exaradas e não novas condenações”, escreveu Moro em fevereiro passado. O juiz diz que “ações penais contra multicondenados” dificulta o foco em processos em andamento em que há pessoas que ainda não foram julgadas.
Além de Almada e Dirceu, o irmão do ex-ministro, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, e Walmir Pinheiro Santana, ex-diretor da UTC e que tem acordo de colaboração com o MPF, também são réus no processo.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Dirceu nesta segunda-feira (16), que manteve a posição apresentada em manifestações anteriores de que a suspensão do processo por Moro demonstrava, “no mínimo, a falta de necessidade ou importância de apurar os fatos nesse momento”.
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