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Vice e advogado de Lula, Haddad não vai mais depor no processo sobre sítio

O ex-prefeito Fernando Haddad, vice na chapa de Lula - Ernani Ogata/Estadão Conteúdo
O ex-prefeito Fernando Haddad, vice na chapa de Lula Imagem: Ernani Ogata/Estadão Conteúdo

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

06/08/2018 21h46

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou à Justiça nesta segunda-feira (6) que desistiu da convocação do ex-ministro e ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) como testemunha de defesa no processo da Operação Lava Jato sobre obras em um sítio em Atibaia (SP). 

Atualmente, Haddad é o vice na chapa encabeçada por Lula para as eleições presidenciais de outubro e deve ser o candidato do PT caso a Justiça Eleitoral vete a candidatura do ex-presidente. Lula está inelegível, em tese, por causa da condenação em segunda instância no chamado caso do tríplex, também da Lava Jato.

A escolha de Haddad como vice de Lula foi citada pela defesa como motivo para a desistência, além do fato de o ex-prefeito ter sido nomeado advogado do petista. A nomeação permite a Haddad ter acesso facilitado a Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso.

Haddad seria ouvido pelo juiz Sergio Moro na quinta-feira (9), dia em que acontece o primeiro debate entre candidatos a presidente, na Band. Ainda estão previstos para o mesmo dia os depoimentos do cantor e compositor Gilberto Gil, que foi ministro da Cultura de Lula, e da ex-presidente Dilma Rousseff, ambos como testemunhas de defesa do ex-presidente.

Lula e mais 12 pessoas são réus no processo sobre o sítio de Atibaia. O Ministério Público Federal denunciou o ex-presidente sob a acusação de ter recebido cerca de R$ 1 milhão em propinas por meio de reformas feitas na propriedade pelas construtoras Odebrecht, OAS e Schahin. Segundo os procuradores, a vantagem indevida veio de contratos obtidos de forma fraudulenta pelas empresas junto à Petrobras.

Moro aceitou a denúncia em agosto do ano passado. A defesa do petista afirma que ele jamais pediu ou recebeu favorecimento ou vantagem indevida de qualquer empresa. O ex-presidente será interrogado no dia 11 de setembro,

Lula cumpre pena pela condenação em segunda instância, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex. Sua defesa tenta reverter a condenação nos tribunais superiores e afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

Apesar de preso e potencialmente inelegível, Lula lidera as pesquisas de intenção em voto nos cenários em que seu nome é apresentado aos entrevistados. Sem Lula, o líder é o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL.

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