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Defesa de Lula desiste de convocar Dilma como testemunha em processo sobre sítio

A ex-presidente Dilma Rousseff em julho, durante visita a Cuba - Yamil Lage - 15.jul.2018/AFP
A ex-presidente Dilma Rousseff em julho, durante visita a Cuba Imagem: Yamil Lage - 15.jul.2018/AFP

Do UOL, em São Paulo

08/08/2018 16h44

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desistiu de ter a também ex-presidente Dilma Rousseff (PT) como testemunha de defesa no processo da Operação Lava Jato sobre obras feitas em um sítio de Atibaia (SP) frequentado pelo petista. Ela seria ouvida pelo juiz Sergio Moro na quinta-feira (9).

Segundo documento protocolado nesta quarta-feira (8) no processo, "não foi possível conciliar a data das audiências com os compromissos assumidos" por Dilma. A ex-presidente será candidata ao Senado em Minas Gerais.

Na segunda (6), os advogados de Lula desistiram da convocação do ex-ministro Fernando Haddad (PT) como testemunha de defesa. Haddad é o vice na chapa encabeçada por Lula para as eleições presidenciais de outubro e deve ser o candidato do PT caso a Justiça Eleitoral vete a candidatura do ex-presidente. Lula está inelegível, em tese, por causa da condenação em segunda instância no chamado caso do tríplex, também da Lava Jato.

A escolha de Haddad como vice de Lula foi citada pela defesa como motivo para a desistência, além do fato de o ex-prefeito ter sido nomeado advogado do petista. A nomeação permite a Haddad ter acesso facilitado a Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente está preso.

Assim como Dilma, Haddad seria ouvido pelo juiz Sergio Moro na quinta, dia em que acontece o primeiro debate entre candidatos a presidente, na Band. A Justiça vetou a participação de Lula no encontro. Ainda está previsto para o mesmo dia o depoimento do cantor e compositor Gilberto Gil, que foi ministro da Cultura de Lula, como testemunha de defesa do ex-presidente.

Relembre o caso

Lula e mais 12 pessoas respondem ao processo sobre o sítio de Atibaia. O Ministério Público Federal denunciou o ex-presidente sob a acusação de ter recebido cerca de R$ 1 milhão em propinas por meio de reformas feitas na propriedade pelas construtoras Odebrecht, OAS e Schahin. Segundo os procuradores, a vantagem indevida veio de contratos obtidos de forma fraudulenta pelas empresas junto à Petrobras.

Moro aceitou a denúncia em agosto do ano passado. A defesa do petista afirma que ele jamais pediu ou recebeu favorecimento ou vantagem indevida de qualquer empresa. O ex-presidente será interrogado no dia 11 de setembro,

Lula cumpre pena pela condenação em segunda instância, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex. Sua defesa tenta reverter a condenação nos tribunais superiores e afirma que não há provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

Apesar de preso e potencialmente inelegível, Lula lidera as pesquisas de intenção em voto nos cenários em que seu nome é apresentado aos entrevistados. Sem Lula, o líder é o deputado federal Jair Bolsonaro, candidato do PSL.

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