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Em nova condenação, Sérgio Cabral é sentenciado a mais 47 anos de prisão

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral é conduzido por policiais - Giuliano Gomes/PR Press/Estadão Conteúdo
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral é conduzido por policiais Imagem: Giuliano Gomes/PR Press/Estadão Conteúdo

Luis Kawaguti e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

11/09/2018 19h54

O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) foi alvo de mais uma condenação na Justiça Federal nesta terça-feira (11). Por cometer crimes de corrupção, formação de quadrilha e participação em grupo criminoso, ele foi sentenciado a mais 47 anos e quatro meses de prisão – fato que eleva sua pena atual para mais de 170 anos de prisão.

Essa é a maior pena já recebida por Cabral durante a operação Lava Jato. Até então, ele havia sido condenado a 45 anos de prisão na operação Calicute, que investigou cobrança de propina em obras do estado.

O advogado de Cabral, Rodrigo Roca, afirmou por meio de nota que recorrerá da sentença. "As sentenças da 7ª Vara Federal em face do ex-governador, já não chocam apenas pelas condenações em série, mas por sua inusitada matemática e disparidade de critérios com relação a outras condenações em processos idênticos", diz a nota.

Segundo sentença dada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, Cabral comandava uma organização criminosa que recebeu dinheiro de obras realizadas com recursos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) durante seu governo.

Entre as obras investigadas estão a construção do Arco Metropolitano (rodovia construída no entorno da região metropolitana do Rio ligando municípios da Baixada Fluminense), da linha 4 do metrô (que liga a Barra da Tijuca à zona sul do Rio) e obras de urbanização de favelas.

O processo judicial que levou à atual condenação foi baseado em informações fornecidas por delatores da construtora Carioca Engenharia por meio de um acordo de delação premiada.

“Sérgio Cabral mercantilizou de forma repugnante as funções públicas que lhe foram outorgadas por meio de uma quantidade expressiva de votos pelos eleitores cariocas, que foram traídos e abandonados à própria sorte em um estado em que a corrupção se espraiou por todos os órgãos da administração estadual”, escreveu Bretas na sentença.

O ex-governador responde a 25 acusações. Ele está preso desde 2017 por diversos crimes. Sua mulher, Adriana Ancelmo, condenada em parte dos crimes que envolvem o marido, cumpre prisão domiciliar. Os bens do casal estão indo a leilão para restituir ao estado um montante que pode chegar a R$ 224 milhões.