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Bretas diz que não faltam 'competência' e 'dignidade' para Moro

Theo Marques - 28.ago.2017/Folhapress
Imagem: Theo Marques - 28.ago.2017/Folhapress

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

01/11/2018 12h52

Responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio, o juiz federal Marcelo Bretas desejou sucesso a seu colega Sergio Moro, que aceitou, nesta quinta-feira (1º), ser ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL). 

"Competência profissional e dignidade pessoal não lhe faltam para exercer as maiores funções em nossa República", escreveu Bretas nas redes sociais.

O magistrado disse que irá dedicar suas orações para que Deus dê ao futuro ministro "sabedoria para superar os novos desafios, paz e felicidade a toda sua família".

Convite aceito

Moro se reuniu na manhã desta quinta-feira com presidente eleito e, depois de deixar a residência de Bolsonaro, divulgou nota em que afirma que se sente honrado com o convite e que pretende, como ministro, "consolidar os avanços contra o crime e a corrupção".

Batizado de "superministério", a pasta deve somar as estruturas da Justiça, Segurança Pública (inclusive a Polícia Federal), Transparência e Controladoria-Geral da União, além do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), este último hoje ligado ao ministério da Fazenda.

Moro informou que deve "desde logo" se afastar de novas audiências da Lava Jato, para evitar o que chamou de "controvérsias desnecessárias". No ano passado, Moro condenou em primeira instância o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário político de Bolsonaro que está preso desde abril desse ano, por ordem do juiz federal.

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A reunião entre os dois e o economista Paulo Guedes e durou cerca de uma hora e meia. "Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura", escreveu Moro. 

No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior

Sergio Moro, em nota à imprensa

Logo após o juiz confirmar que aceitou o convite, Bolsonaro usou sua conta no Twitter para dizer que “respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!”.

Leia a íntegra da nota de Sergio Moro:

"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Pública na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão.

Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes. Curitiba, 01 de novembro de 2018. Sergio Fernando Moro"