"Risco à democracia", "fantasmas da mente" e vaga no STF; frases da entrevista de Moro
O juiz federal Sergio Moro concedeu nesta terça-feira (6) sua primeira entrevista coletiva desde que aceitou o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para comandar o ministério da Justiça.
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Ao longo do encontro com a imprensa, o magistrado respondeu questionamentos sobre uma suposta parcialidade ao condenar e mandar prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou sobre suas divergências de pensamento com Bolsonaro e afirmou que assumir uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) não foi uma condição para assumir o cargo oferecido pelo presidente eleito.
Veja algumas frases de destaque da entrevista concedida por Moro:
Eu fico imaginando: eu peço exoneração hoje, e daqui um mês acontece algo comigo. Como é que fica a minha família? Não fica nem com a possibilidade de ter uma pensão, por exemplo, para a sua subsistência? Então eu devo correr esse risco, de deixar a minha família no desamparo, quando na verdade eu não estou assumindo cargo no Executivo nesse primeiro momento, eu estou saindo da jurisdição e tirando férias? Então, sinceramente, eu não vejo problema. Me parece que aí existem situações de fantasmas da mente
Sobre sua opção por tirar férias da magistratura até sua posse como ministro, em janeiro, e não a exoneração do cargo desde já
Ainda que possa não haver uma convergência absoluta, nós podemos conversar e cada um ceder nas suas posições. Ele evidentemente dá a última palavra, a decisão final é dele. E eu vou tomar minha decisão se eu continuo ou não continuo (...) Tenho bem presente que há uma relação de subordinação aqui
Meus olhos estão voltados para 2019. Essas discussões sobre os eventos que aconteceram no passado têm gerado certa polarização. Eu não vejo essa discussão como salutar nesse momento
Sobre divergências com Bolsonaro sobre determinados temas, especificamente a ditadura, defendida pelo presidente e já criticada pelo futuro ministro
Na minha avaliação que eu tenho do presidente eleito é uma pessoa moderada. Inclusive essa própria conversa pessoal me mostrou mais claramente isso. (...) Eu não vejo em nenhum momento um risco à democracia e ao estado de Direito
Há uma situação de declarações pretéritas. Nós estamos olhando para o futuro. Então, quais são as propostas concretas do governo que, por exemplo, afetam ou ofendem minorias? (...) Não existe a possibilidade disso acontecer. Zero. Então, muitas vezes, existe um receio de algo que não está nem potencialmente presente
Em resposta a se classificava como ponderáveis discursos de Bolsonaro em defesa da tortura, da ditadura e de que não toleraria um filho gay
Isso não tem nada a ver com o processo do ex-presidente Lula. O ex-presidente foi condenado e preso porque ele cometeu um crime, e não por causa das eleições
Eu não posso pautar a minha vida com base em uma fantasia, em um álibi falso de perseguição política. Pois bem, como eu disse eu aceitei esse convite porque entendi haver convergências importantes, especialmente no que se refere à agenda anticorrupção e anti-crime organizado
Sobre as acusações de que teria agido politicamente ao julgar, condenar e prender Lula, que liderava as pesquisas de intenção de voto no início do ano
Eu fui conversar com o presidente eleito com uma pauta, para nós sabermos onde teríamos convergências e onde teríamos divergências superáveis. Certo? Eu jamais procuraria o presidente eleito e estabeleceria condições para assumir tal cargo público
Nem acho muito apropriado a discussão a respeito de uma vaga no STF atualmente. (...) Quando no futuro surgirem vagas e eventualmente houver a possibilidade, isso tem que ser discutido nesse novo contexto
Em resposta a se teria imposto condições a Bolsonaro, como ocupar uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) no futuro, para assumir o ministério
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