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Ex-presidente do PSL será ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência

Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Imagem: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

21/11/2018 12h08Atualizada em 21/11/2018 14h55

Presidente do PSL durante a campanha eleitoral, o advogado Gustavo Bebianno será ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro. A indicação foi confirmada em entrevista coletiva pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e pelo próprio Bebianno.

Anunciado como chefe da Casa Civil do governo do presidente eleito, Lorenzoni já havia chamado Bebianno de "futuro ministro" no último dia 12, também em entrevista coletiva no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília, onde funciona a equipe de transição do governo.

Em seguida, ao ser questionado por jornalistas se estava fazendo um anúncio oficial, Lorenzoni disse que "quem vai anunciar isto é o presidente Jair Bolsonaro". "Eu torço para que isso aconteça, porque ele é um parceiro de todas as horas", declarou. Indagado se havia cometido um ato falho, o coordenador da equipe de transição do presidente eleito negou. "É um desejo de ver alguém que foi tão importante na campanha, que tem todas as condições, participar. Mas claro que eu sempre fui um cara superdisciplinado, e quem decide isso é o presidente", afirmou.

Diferentemente do que ocorreu no anúncio dos outros dez ministros já confirmados, Bolsonaro ainda não se manifestou publicamente sobre o novo ministro. No último dia do mês passado, o presidente eleito afirmou que os seus ministros seriam apresentados oficialmente por suas redes sociais

Segundo Onyx, o anúncio foi feito por Bolsonaro no início de reunião de trabalho da equipe de transição, que acontecerá periodicamente, em todas as quartas-feiras, às 10h. 

O futuro ministro da Secretaria-Geral foi anunciado por Lorenzoni como "um dos coordenadores da campanha presidencial, um homem que está extremamente preparado e é da absoluta confiança do presidente da República para administrar essa importante pasta".

Nomeado na primeira leva de integrantes da equipe de transição, no início do mês, Bebianno foi designado secretário-geral do grupo, cargo criado para acomodá-lo

Bebianno e Bolsonaro se conheceram no primeiro semestre do ano passado, quando o advogado se ofereceu para assumir sua defesa em diversos processos judiciais.

A aproximação se intensificou a ponto de ele ser escolhido pelo deputado federal para assumir interinamente a presidência do PSL, em acordo com o atual presidente e deputado federal eleito Luciano Bivar (PE), que se licenciou do posto em janeiro desse ano.

“Privilégio”, diz Bebianno

Em sua primeira fala após o anúncio, Bebianno agradeceu a confiança de Bolsonaro, que lhe conferiu "mais uma vez o privilégio de participar dessa equipe, formada por homens sérios, patriotas, que efetivamente querem o bem do Brasil".

"Ter participado de toda a campanha já foi um privilégio para mim e agora é uma honra receber mais essa responsabilidade, olhando e trabalhando para o Brasil", declarou.

Hoje comandada pelo deputado licenciado Ronaldo Fonseca (Podemos-DF), a pasta que poderá ser de Bebianno foi recriada em fevereiro do ano passado pelo presidente Michel Temer (MDB). Na ocasião, o hoje ministro das Minas e Energia, Moreira Franco (MDB), foi nomeado para a Secretaria-Geral.

A pasta tem entre suas funções "assistir direta e imediatamente" o presidente no desempenho de suas atribuições, entre elas a execução das atividades administrativas e o acompanhamento.

Ao ser questionado se também vai atuar na relação com o Congresso, Bebianno brincou com Onyx, que estava ao seu lado, e disse que pretende "fazer um estágio" com o ministro e "aprender um pouquinho como isso funciona”. Lorenzoni então confirmou e disse que ambos vão trabalhar integrados.

O advogado disse que a pasta vai continuar abarcando a Secretaria Especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) e a Secom (Secretaria de Comunicação Social).

“Mas eu diria que a principal tarefa da Secretaria é um trabalho de modernização do Estado, desburocratização, 'gov tech', e talvez pela primeira vez o governo federal olhando para sua atividade fim, que é servir bem a população", declarou Bebianno.

Por ser advogado, responsável inclusive pela defesa de Bolsonaro desde o ano passado, Bebianno chegou a ser cotado para assumir o Ministério da Justiça, designado para o ex-juiz federal Sergio Moro.