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Há indícios de que Pezão recebeu propina após assumir governo, diz PGR

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília

29/11/2018 10h15Atualizada em 29/11/2018 19h12

As investigações da PGR (Procuradoria-Geral da República) que levaram à prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), reuniram indícios de que Pezão continuou a receber propina de empresas investigadas no esquema após assumir o governo do estado, em 2014.

"É possível dizer que a gente tem elementos que [mostram que] os pagamentos continuavam mesmo após o senhor Luiz Fernando Pezão ter assumido o governo do Estado do Rio de Janeiro", afirmou o procurador regional da República Leonardo de Freitas, em entrevista a jornalistas na manhã desta quinta-feira (29), na sede da PGR, em Brasília.

Segundo afirmou o procurador Leonardo de Freitas, depoimentos de delatores na investigação apontam que a propina recebida por Pezão teria principalmente duas fontes, uma "mesada" recebida quando ele ainda era vice-governador de Cabral e pagamentos ilícitos de empresas de transporte público.

Pezão, então vice-governador, assumiu o governo do Rio após a renúncia do governador Sérgio Cabral. Em seguida, ele foi eleito governador para o atual mandato, que teve início em 2015.

O governador foi preso nesta quinta-feira, com ao menos outras seis pessoas, sob a suspeita de ter dado continuidade ao esquema de corrupção no governo do Rio. A prisão foi determinada pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Felix Fischer.

A reportagem do UOL ainda não localizou a defesa de Pezão. Ao ser citado em delações anteriores, o governador do Rio sempre negou envolvimento em esquema de corrupção.