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Ao STJ, Procuradoria defende manter preso governador Pezão

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), que foi preso no dia 29 - Fábio Motta - 29.nov.2018/Estadão Conteúdo
O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), que foi preso no dia 29 Imagem: Fábio Motta - 29.nov.2018/Estadão Conteúdo

Felipe Amorim

Do UOL, em Brasília*

17/12/2018 17h03Atualizada em 17/12/2018 20h41

Em manifestação enviada nesta segunda-feira (17) ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a manutenção da prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB). 

Os argumentos foram apresentados como uma resposta ao recurso da defesa de Pezão que pede a libertação do governador.

Sobre o mérito da ordem de prisão, a PGR afirmou que "há fundamento concreto para a medida, calcada na garantia da ordem pública e preservação da aplicação da lei penal, assim como indícios de materialidade de moldura criminal profissional de crimes de corrupção e de lavagem de dinheiro".

"Tem-se, enfim, no caso concreto, indícios de reiteração delitiva em um contexto de corrupção endêmica, que coloca em risco a ordem pública e a aplicação da lei penal", escreveu Dodge.

Ela lembrou que as investigações revelaram que o governador "sucedeu a Sergio Cabral na liderança no esquema criminoso e que continua a ordenar atos de corrupção e de lavagem de dinheiro público".

Pezão foi preso no último dia 29, sob a suspeita de ter participado de um esquema de recebimento de propina no governo do Rio herdado da gestão do ex-governador Sérgio Cabral, de quem Pezão foi vice antes de se eleger ao cargo. 

Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República) as suspeitas são de que Pezão teria recebido, desde 2007, cerca de R$ 39,1 milhões em propina, em valores corrigidos. 

Além do governador foram presas outras sete pessoas no âmbito da Operação Boca de Lobo, que apura suspeitas dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por parte de uma organização criminosa que atuaria no governo do Rio.

Em depoimento à Polícia Federal, Pezão negou ter recebido propina ou participado do suposto esquema criminoso.

*Com Estadão Conteúdo