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Se cada um lançar nome, fica difícil compor, diz líder do PT sobre a Câmara

Fátima Meira - 30.nov.2017/Futura Press/Folhapress
Imagem: Fátima Meira - 30.nov.2017/Futura Press/Folhapress

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

03/01/2019 15h49Atualizada em 03/01/2019 15h49

Após o anúncio do deputado federal eleito Marcelo Freixo (PSOL) de que irá disputar a presidência da Câmara, o líder do PT na Casa, deputado federal Paulo Pimenta, pede diálogo entre os partidos de esquerda antes de uma definição. "Acho que o mais adequado é a gente conversar antes com os partidos", disse ao UOL nesta quinta-feira (3). "Se cada partido ficar lançando [candidato], fica mais difícil de compor a unidade. Não quer dizer que o Freixo não possa ser o nome. Pode. Mas necessitamos de um diálogo", afirmou.

As movimentações em torno da disputa pela chefia da Câmara começaram após o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ter anunciado apoio à reeleição do atual presidente da Casa, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM). Freixo anunciou nas redes sociais que iria disputar o cargo e se disse candidato "por um amplo campo republicano e democrático que lutará para resgatar o espírito da Constituição".

Para Pimenta, o objetivo deveria ser reunir PSOL, PSB, PDT, PCdoB e PT, "e ver nesse bloco qual é o nome que agrega mais". Nas próximas semanas, os petistas deverão conversar com lideranças desses partidos para ter base para tomar uma decisão em uma reunião marcada para o dia 14. "Então nós vamos discutir uma estratégia. Até lá nós vamos trabalhar na construção desse bloco."

Segundo o petista, nas conversas, o foco será "mostrar para esses partidos a importância de ter um bloco de caráter democrático e popular, autônomo". Pimenta ressalta a importância da união entre essas siglas com base na quantidade de deputados eleitos para a próxima legislatura: 150 parlamentares. "E um bloco com 150 deputados é decisivo para qualquer movimento dentro da Casa", comentou.

O líder diz que o PT conversou "com todo mundo", inclusive Maia. Mas, agora, com o anúncio do apoio do PSL ao atual presidente da Câmara, Pimenta prevê dificuldades para Maia conseguir outros apoios entre os partidos do bloco com os quais os petistas conversam. Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", integrantes do PCdoB acreditam que Maia precisa atrair o PT para não ser visto como "governista".

"Acho que vai ficando difícil para alguns partidos se sentirem à vontade num bloco que Bolsonaro avaliza. Você ter uma aliança com Bolsonaro, com os interesses do Bolsonaro...", avaliou Pimenta. "Acho que esse fato pode levar ao rearranjo das movimentações."

O governo Bolsonaro, porém, rechaça a tese de que tenha ligação com a disputa na Câmara. "O presidente reafirmou que o governo não vai interferir nas decisões", disse, em pronunciamento à imprensa nesta quinta em Brasília, o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

A eleição para presidência da Câmara será no dia 1º de fevereiro, quando os parlamentares escolhidos na última eleição tomam posso de seus cargos para os próximos quatro anos. 

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