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Filha de aliado de Bolsonaro é exonerada de pasta comandada por general

Alberto Fraga (DEM-DF) e Jair Bolsonaro, então na Câmara - Alan Marques 19.ago.2015/ Folhapress
Alberto Fraga (DEM-DF) e Jair Bolsonaro, então na Câmara Imagem: Alan Marques 19.ago.2015/ Folhapress

Gustavo Maia e Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

08/01/2019 17h22

Uma filha do deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PSL), foi exonerada nesta terça-feira (8) do cargo que ocupava na Secretaria de Governo da Presidência, comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Bruna Brasil Fraga, 31, atuava como assessora da Secretaria Especial de Relações Institucionais da pasta, sediada no Palácio do Planalto. De acordo com o pai, ela é formada em publicidade.

O desligamento da funcionária foi um dos 18 publicados no Diário Oficial da União desta terça, assinados pelo secretário-executivo do ministério, Mauro Biancamano Guimarães.

Segundo o parlamentar, que conversou por telefone com a reportagem, a exoneração ocorreu a pedido da própria Bruna. "Ela vai viajar", contou Fraga, que se recusou a dar detalhes sobre os planos da filha.

"Eu não fui surpreendido", comentou o deputado, que disse ter indicado a filha para o cargo no início do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). "Foi indicação minha", comentou.

Fraga, que visitou o presidente Bolsonaro nesta segunda (7), disse que já sabia que haveria diversas exonerações nas pastas do governo, e afirmou que sua ida ao Palácio do Planalto não teve "nada a ver" com a saída da filha.

De acordo com o Portal da Transparência do Governo Federal, Bruna ingressou no serviço público em 28 de abril de 2017, e trabalhava 40 horas por semana. Na função, recebia R$ 9.926,60 em remuneração bruta.

Durante o governo do emedebista, a pasta foi ocupada por três ministros: Geddel Vieira Lima (MDB), Antonio Imbassahy (PSDB) e Carlos Marun (MDB). Bruna trabalhou nas gestões dos dois últimos.

A reportagem procurou a assessoria da Secretaria de Governo para saber se o ministro irá comentar a exoneração, mas não obteve resposta até o momento.

Em 2018, o deputado Alberto Fraga se candidatou ao governo do Distrito Federal e sequer foi ao segundo turno --ficou em 6º lugar, com 5,88% dos votos.

A partir de fevereiro, quando acaba a atual legislatura no Congresso Nacional, ele deve ficar sem cargo. Durante as eleições, no ano passado, ele causou polêmica ao dizer que seria nomeado ministro de Bolsonaro, o que não ocorreu. Os dois costumam se tratar publicamente como "irmãos".

Afastamento voluntário

Mais cedo, Santos Cruz disse discordar com o que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), chamou de "despetização" do governo, mas sugeriu que ativistas de partidos políticos, como do próprio PT, se afastem voluntariamente.

O ministro afirmou que, assim como na Casa Civil, pretendia fazer exonerações na Secretaria de Governo no início do governo, mas que não "trabalha com esse sistema" de dispensar pessoas pela preferência partidária.

Segundo ele, estão sendo feitas avaliações com os atuais servidores para decidir quem fica ou não.

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