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Futuro líder na Câmara, major homenageou 'generais de Bolsonaro' há 4 anos

Jair Bolsonaro e deputado federal eleito Major Vitor Hugo (PSL-GO) - Reprodução/Facebook Major Vitor Hugo
Jair Bolsonaro e deputado federal eleito Major Vitor Hugo (PSL-GO) Imagem: Reprodução/Facebook Major Vitor Hugo

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

15/01/2019 04h01

Indicado para liderar o governo na Câmara antes mesmo de estrear como deputado, o major Vitor Hugo (PSL-GO) elogiou, quatro anos atrás, dois generais que hoje são ministros de Jair Bolsonaro.

Os chefes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno Ribeiro Pereira, e da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, foram homenageados na fala de despedida de Vitor Hugo que, em 2015, deixava o exército. A transcrição do discurso está disponível no perfil do parlamentar eleito em uma rede social de negócios.

"General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira; General de Divisão de Comandos Carlos Alberto dos Santos Cruz; Coronel Rubens Correa Leão e Coronel Carlos Eduardo Gomes de Queiroz: os primeiros comandantes que tive na EsPCEx (Escola Preparatória de Cadetes do Exército), respectivamente, da Escola, do Corpo de Alunos, da 3ª Companhia de Alunos e do 10º Pelotão de Alunos. Minha formação não poderia ter sido melhor iniciada", disse Vitor Hugo em 16 de janeiro de 2015.

Ele passou 21 anos no Exército e deixou a corporação para assumir o cargo de consultor legislativo da Câmara. Ele havia sido aprovado em concurso público para a vaga.

"A eles, o muito obrigado por transformarem o garoto de 16 anos, que adentrava a Preparatória em 31 de janeiro de [19]94, num adulto, precocemente, daquele momento em diante responsável por seus atos em relação à sociedade brasileira", declarou o militar.

Quatro anos mais tarde, Vitor Hugo será diplomado deputado pela primeira vez e já assumirá uma posição de liderança no congresso.

Méritos próprios

Procurados pelo UOL, os generais elogiaram o futuro líder do governo e negaram que tenham indicado o nome a Bolsonaro.

"Foi escolhido por seus próprios méritos", disse Heleno, que exaltou o fato de o ex-aluno ter sido o primeiro colocado de sua turma na EsPCEx e na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), escola que formou Bolsonaro.

"É Paraquedista, Mestre de Salto e Operador das Forças Especiais. Foi o único aprovado no concurso para operador legislativo. É advogado e tem mestrado em ciências militares", complementou o ministro-chefe do GSI.

O general Santos Cruz também destacou que Vitor Hugo seja concursado da Câmara.

"Conhece profundamente os mecanismos internos da Casa", comentou.

"É claro que tem a concordância, mas não é decisiva. A liderança é uma indicação do próprio governo", disse Santos Cruz. Para ele, o agradecimento a oficiais mais antigos foi "bacana".

Disponível hoje nas redes sociais com o título "Por que saí do Exército...", a publicação de Vitor Hugo começa frisando que a decisão não foi fácil.

"Esta despedida não me é algo banal. Para mim, é muito importante dizer um até breve", disse o major.

"Minha relação com o EB [Expército Brasileiro] pode ser resumida em 3 palavras: pessoas, tempos e desafios", acrescentou.

Na explicação sobre por que assumiria o novo cargo na Câmara, ele disse ainda que encararia o trabalho como consultor como uma "missão".

"Não usarei mais, na cabeça, o já meio desbotado e duramente conquistado gorro preto, mas manterei sua luva – com o sabre ensanguentado – e sua caveira – com a faca nela cravada – na gaveta da mesa em meu gabinete, para que não me esqueça nunca de quem eu sou, de onde eu vim e de quem são meus irmãos", afirmou, no discurso.