Topo

Senado: após baixaria, Alcolumbre diz que reencontro com Renan foi cordial

1.fev.2019 - Davi Alcolumbre (à esq.) e Renan Calheiros (à dir.) - false
1.fev.2019 - Davi Alcolumbre (à esq.) e Renan Calheiros (à dir.)

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

22/02/2019 13h32

Depois de um ríspido duelo pela Presidência do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), vitorioso na disputa pelo comando da Casa, e o veterano Renan Calheiros (MDB-AL) tiveram um reencontro cordial e com direito a afagos nesta semana.

Em um encontro com jornalistas, Alcolumbre disse hoje ter ficado frente a frente com o colega por acaso e que, na ocasião, quem testemunhou a cena demonstrou nervosismo. Isso porque, no começo desse mês, os rivais foram protagonistas das cenas de baixaria que marcaram a eleição na Casa.

No cumprimento, o amapaense relatou ter se referido a Renan como "presidente" --derrotado neste ano, o emedebista já chefiou o Congresso quatro vezes. Para alívio dos outros senadores que estavam na sala, o alagoano respondeu: "tudo bem, Davi. Parabéns. Sucesso".

Alcolumbre disse ainda a Renan que ele poderia contribuir muito com o país na próxima legislatura. "Todos ficaram surpresos", comentou o presidente do Senado.

Questionado sobre o motivo pelo qual ainda não havia se encontrado com Renan, Alcolumbre respondeu que "ele foi embora para Alagoas e ninguém achava ele". De fato, após perder a eleição, o veterano parlamentar se refugiou em seu estado natal e só voltou a ser visto no plenário da Casa nesta semana.

De acordo com a versão de Alcolumbre, o reencontro só aconteceu porque ele estava à procura do senador Jaques Wagner (PT-BA). A ideia era conversar com o colega sobre a nomeação dele para a terceira suplência na Mesa Diretora. Wagner bancou a indicação dele próprio à revelia da opinião do líder do partido, Humberto Costa (PT-PE).

"Entrei na liderança do MDB para falar com o Wagner e acabei o encontrando lá", revelou Alcolumbre.

Na disputa pelo comando do Senado, Renan acabou retirando sua candidatura depois de se sentir prejudicado pela estratégia do oponente. Remanescente da legislatura anterior na composição da Mesa, Alcolumbre reivindicou a presidência da sessão e assim o fez, ignorando as acusações de que estava "usurpando o poder". Até então, o democrata ainda não havia confirmado oficialmente se seria ou não candidato.

A tática deu resultado: ao liderar os trabalhos e conseguir a aprovação do voto aberto na eleição, o amapaense aplicou um xeque-mate no veterano emedebista, que tentava se tornar presidente do Senado pela quinta vez.

Alcolumbre, apoiado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), deixou a Mesa para, enfim, lançar-se candidato.

Já Renan, cujo favoritismo estava condicionado à eleição secreta, esbravejou na tribuna: "quero dizer que Davi [Alcolumbre] não é Davi. É Golias, e ele é o novo presidente do Senado, pois eu retiro minha candidatura. Não vou me submeter a isso".