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Bolsonaro precisa dar "segundo passo" por reforma da Previdência, diz Maia

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados - Myke Sena/estadão Conteúdo
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados Imagem: Myke Sena/estadão Conteúdo

Bernardo Barbosa

Do UOL, em São Paulo

15/04/2019 20h40

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse hoje em São Paulo que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) precisa dar um "segundo passo" na defesa da reforma da Previdência e "entender por dentro" que a medida é necessária.

Segundo Maia, Bolsonaro já deu um primeiro passo ao apresentar a proposta de reforma, indo contra seu histórico como deputado federal, em que votou contra mudanças na Previdência e defendeu corporações como as de militares e policiais.

"A gente precisa dele no segundo passo, que é ele entender, compreender por dentro dele, e acho que ele já compreende, que a reforma da Previdência vai garantir inclusive as aposentadorias dos militares, a pensão das viúvas. Isso é um argumento para defender a reforma."

Segundo Maia, a reforma serve "para que amanhã ninguém fique sem receber salário e aposentadoria".

O deputado deu as declarações à imprensa depois de participar de uma reunião com empresários na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista. No encontro, ele disse que era preciso "ter coragem de ser a favor da reforma da Previdência" e que Bolsonaro precisa ser "mais afirmativo na defesa da reforma", mas negou que tais falas fossem cobranças ao presidente.

Mais cedo, em evento promovido pelas revistas Veja e Exame, Maia disse que a reforma tem que ser apresentada como uma "agenda importante" em vez de "parecer que está sendo obrigado a enviá-la" ao Congresso.

Nos últimos dias, Maia --um dos maiores defensores da reforma da Previdência-- tem evitado criticar abertamente Bolsonaro e seu governo. A opção por um tom mais ameno veio depois de um embate público entre os dois há cerca de duas semanas, por causa da suposta falta de envolvimento de Bolsonaro na articulação política para a aprovação da reforma. Os dias de bate-boca culminaram em uma alta do dólar e na queda da Bolsa.

Depois da tormenta política e econômica, Maia e Bolsonaro decidiram selar uma trégua. O presidente também passou a receber líderes de partidos para articular o avanço da Previdência.

O apaziguamento, no entanto, ainda não foi o suficiente para acelerar o andamento da reforma no Congresso. Hoje, a maioria dos deputados da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça da Câmara) aprovou a inversão da pauta do colegiado, passando a proposta do Orçamento impositivo na frente da Previdência, o que deve atrasar o calendário previsto pelo governo.

Entenda a proposta de reforma da Previdência em 10 pontos

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