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Bolsonaro desiste de processar Ciro Gomes por calúnia e injúria

Andre Coelho/Folhapress
Imagem: Andre Coelho/Folhapress

Alex Tajra

Do UOL, em São Paulo

18/06/2019 20h00

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) desistiu ontem de um processo de 2018 no qual acusava Ciro Gomes (PDT) de calúnia e injúria durante a campanha presidencial em 2017.

"A estratégia dos advogados é reduzir o número de litígios e processos judiciais, apenas isso", disse ao UOL o advogado Antônio Pitombo, que representa o presidente.

O processo, que tramita na 20ª Vara Criminal de São Paulo, se refere a uma entrevista à rádio Jovem Pan, na qual Ciro disse que Bolsonaro praticou lavagem de dinheiro -- citando doação de R$ 200 mil da JBS para o Partido Progressista, ao qual o atual presidente foi filiado. Na entrevista, Gomes também classificou Bolsonaro como "moralista de goela".

"A JBS depositou R$ 200 mil na conta dele, Jair Messias Bolsonaro, deputado federal", afirmou Ciro na entrevista à Jovem Pan. "O que ele faz? Devolve para o partido, que na mesma data entrega R$ 200 mil para ele. O nome disso é lavagem de dinheiro, simples assim".

Em um primeiro momento, a Justiça argumentou que o crime de calúnia não era perceptível, posto que não há "imputação de qualquer fato ilícito, apenas a errônea classificação da conduta imputada ao querelante [Bolsonaro] como lavagem de dinheiro."

Em abril, no entanto, o juiz Richard Francisco Chequini recebeu as denúncias de injúria, calúnia e difamação, e Ciro Gomes se tornou réu no processo. Com o pedido da defesa de Bolsonaro, a tendência é que o processo seja extinto.