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Não ofendi o pai do presidente da OAB, diz Bolsonaro após polêmica

O presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada - Gabriela Biló/Estadão Conteúdo - 30.jul.2019
O presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada Imagem: Gabriela Biló/Estadão Conteúdo - 30.jul.2019

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

02/08/2019 10h33

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou hoje que não ofendeu Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, quando disse, no começo da semana, que poderia esclarecer o desaparecimento do militante em 1974.

"O que que eu falei de mais para vocês [jornalistas]? Me respondam. O que eu tive conhecimento na época. Eu ofendi o pai dele? Não ofendi o pai dele. O que eu tive conhecimento na época, o assunto foi esse", declarou.

No mesmo dia da polêmica frase, Bolsonaro também afirmou, sem provas, que Fernando foi morto por militantes de esquerda em supostas desavenças internas do grupo.

O presidente da OAB acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para cobrar esclarecimentos de Bolsonaro. Ontem, o ministro Luís Roberto Barroso deu um prazo de 15 dias para que o mandatário explicasse "eventuais ambiguidades ou dubiedades dos termos utilizados".

"Não tenho essa obrigação [de responder ao STF], agora, é só transcrever o que eu falei para vocês [imprensa] aqui", declarou Bolsonaro hoje.

No entanto, o presidente afirmou que enviará ao Supremo vídeos com as declarações junto às respectivas transcrições. "Mesmo não sendo obrigado, presto [esclarecimentos]. Não falei nada de mais, eu vou entregar o vídeo e vou fazer a degravação e mandar."

Bolsonaro completou dizendo que "a verdade dói, machuca" e que lamenta "todas as mortes dos dois lados", mas elas não teriam acontecido se grupos à época não quisessem implantar o comunismo no Brasil.

As declarações de Bolsonaro foram dadas pela manhã na saída do Palácio da Alvorada, residência oficial em que mora em Brasília.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.