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"Não é desarmando povo que vai evitar", diz Bolsonaro após ataques nos EUA

Jair Bolsonaro atende imprensa antes de ir a culto evangélico em Brasília neste domingo - Luciana Amaral/UOL
Jair Bolsonaro atende imprensa antes de ir a culto evangélico em Brasília neste domingo Imagem: Luciana Amaral/UOL

Luciana Amaral*

Do UOL, em Brasília

04/08/2019 13h28

O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste domingo (4) que não é "desarmando o povo" que serão evitados ataques como os ocorridos neste final de semana, nos EUA.

Os Estados Unidos registraram dois ataques de atiradores nas últimas 24 horas. O primeiro aconteceu em uma loja da rede Walmart em El Paso, Texas, no sábado, deixando ao menos 20 mortos. Na madrugada deste domingo, outro tiroteio deixou 10 mortos, incluindo o atirador, em frente a um bar na cidade de Dayton, Ohio. Os dois incidentes ainda deixaram dezenas de outros feridos.

"Lamento, já aconteceu no Brasil também", afirmou Bolsonaro na manhã de hoje. "Agora, não é desarmando o povo que você vai evitar isso aí. O Brasil, no papel, é extremamente desarmado e já aconteceu coisa semelhante aqui."

A entrevista aconteceu ao sair do Palácio da Alvorada, onde mora, para cumprimentar simpatizantes que o aguardavam na portaria. Debaixo da camisa social azul clara, portava um volume semelhante a um colete à prova de balas. O objeto foi utilizado por ele durante a campanha eleitoral, mas não no dia do atentado a faca em Juiz de Fora.

Questionado se estava com um colete por uma jornalista, Bolsonaro riu e retrucou "eu uso fralda geriátrica também. É isso que você quer saber? Não?".

Vinte mortos em El Paso

Em El Paso, 20 pessoas morreram e ao menos 26 ficaram feridas neste sábado. O ataque aconteceu em uma loja do Walmart próxima ao shopping Cielo Vista Mall, a poucos quilômetros da fronteira entre os EUA e o México.

Um homem branco na faixa dos 20 anos foi detido sob suspeita de ser o atirador.

A polícia local e o FBI agora investigam se o tiroteio está relacionado a um "manifesto" nacionalista branco que foi compartilhado em um fórum online, e que teria sido escrito pelo atirador. O texto afirma que o alvo do atentado era a comunidade hispânica local.

Dez mortos em Dayton

Dayton - Derek Myers/Twitter/AFP - Derek Myers/Twitter/AFP
Polícia trabalha no local do tiroteio em Dayton, que deixou dez mortos, incluindo o atirador
Imagem: Derek Myers/Twitter/AFP

Em Dayton, dez pessoas morreram, incluindo o atirador, e 27 ficaram feridas em tiroteio por volta da 1h (horário local) em uma área popular no centro da cidade, segundo a autoridade policial Matt Carper. Ele informou que o suspeito foi baleado e morto por policiais.

Em entrevista na manhã deste domingo, a prefeita de Dayton, Nan Whaley, afirmou que o atirador foi morto "em menos de um minuto", e que ele usou uma arma calibre .223 com alta capacidade de munição, além de carregar cartuchos adicionais e usar colete à prova de balas.

O senador Sherrod Brown afirmou, em entrevista à CNN, que o atirador era um "homem jovem e branco", após ter conversado com a prefeita.

Há uma semana, quatro pessoas morreram, incluindo o atirador de 19 anos, em um ataque em um festival gastronômico ao ar livre em Gilroy, na Califórnia.

Trump diz que ato é covardia

Por meio do Twitter, o presidente dos EUA, Donald Trump, elogiou a resposta rápida dos policiais e afirmou que o FBI e as autoridades locais estão trabalhando juntos em El Paso e Dayton.

Mais cedo, Trump lamentou o incidente em El Paso, dizendo que não foi apenas trágico, mas um "ato de covardia".

"Eu estou com todos neste país para condenar o ato odioso de hoje. Não há razões ou desculpas que irão justificar o assassinato de pessoas inocentes", afirmou o presidente americano.

*Colaborou Ricardo Marchesan

Em vídeo, testemunha registra barulho de tiros e pessoas correndo em ataque

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