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Maia: fim da multa para carro com bebê fora da cadeirinha não passará

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na comissão especial da reforma da Previdência - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na comissão especial da reforma da Previdência Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Ricardo Marchesan

Do UOL, em São Paulo

08/08/2019 18h28

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou que alguns projetos anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) não devem ser aprovados pela Casa, entre eles o fim da multa para quem não usar a cadeirinha para crianças nos carros.

"Eu acho que, em pautas dele, que ele coloca, algumas vão ter voto, outras não vão ter voto", afirmou Maia em evento do banco BTG Pactual hoje.

Entre os temas que terão tramitação mais complicada, ele citou a liberação do porte de armas, em que a "polêmica na Câmara é um pouco maior", além de mudanças específicas no código de trânsito.

"Tirar exame de droga, não dá, isso vai perder. Questão da cadeirinha, vai perder", afirmou.

Apesar da aprovação da reforma da Previdência na Câmara com vantagem, Maia afirmou que temas ligados a costumes têm maior oposição na Casa. "Uma parte expressiva dos deputados que vota agenda econômica, não vota agenda de valores."

Ele criticou o "radicalismo" no discurso do presidente a respeito de certos temas, e novamente disse que o governo não formou uma base no Congresso.

"O radicalismo dos discursos dele, a vocalização mais dura, acho que assusta parte dos deputados que, olhando com cuidado os temas, poderia até colaborar", disse.

Maia também cobrou, mais uma vez, o apoio do governo para formar uma base no Congresso e auxiliar a tramitação dos projetos na Casa.

"Eu não consigo ser líder do governo todo dia. Eu tenho que focar em alguma coisa, não consigo jogar em todas as posições do campo. Eu preciso de ajuda", afirmou o democrata, que fora um dos principais articuladores da reforma da Previdência na Câmara. "Se eu tiver uma base facilita a minha vida. O governo não tem base, quem construiu a base fomos nós."

Ainda assim, Maia diz que a relação dele "na conversa pessoal" com o presidente "melhorou bastante".