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Janaína cobra 'transparência' após supostos diálogos envolvendo PT e PCC

Deputada estadual cobra transparência após divulgação de diálogos; PT anunciou que entrará com ações na Justiça - Julia Rodrigues/UOL
Deputada estadual cobra transparência após divulgação de diálogos; PT anunciou que entrará com ações na Justiça Imagem: Julia Rodrigues/UOL

Do UOL, em São Paulo

12/08/2019 15h34Atualizada em 13/08/2019 11h40

Janaína Paschoal (PSL), deputada estadual em São Paulo, pediu "transparência" hoje em seu Twitter após o anúncio de que o PT irá entrar com ações contra o que classificou de falsa acusação da "Polícia Federal de Sérgio Moro", de que teria ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Na sexta-feira, após o vazamento de uma ligação de um suposto membro do PCC falando de relações da facção com o PT, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), desmentiu ao UOL a possibilidade de vínculo entre as partes.

"Não há nenhum indicativo de negociação do governo PT com o PCC. Aliás, é bom que se diga que os presos não foram transferidos em décadas de governo PSDB em São Paulo", disse Gakiya, considerado o principal investigador do país contra o PCC.

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do partido, disse ontem que a sigla vai "enfrentar e denunciar essa farsa armada por Moro e Bolsonaro". Nas redes sociais, Janaína Paschoal rebateu a decisão, fazendo um paralelo com as informações divulgadas pelo site The Intercept Brasil a respeito da Operação Lava-Jato.

"Ué, o PT vai processar Deus e todo mundo, por divulgar e comentar o áudio do diálogo cabuloso com o crime? Ao mesmo tempo, defende que o conteúdo das mensagens hackeadas seja de livre acesso? Qual a lógica disso?", questionou.

"Lógico, penso eu, seria retirar o sigilo da investigação em que o diálogo foi interceptado. Pela gravidade da situação, o povo tem direito a saber o que tem lá. O PT deveria ser o primeiro a solicitar a retirada do sigilo", acrescentou, indo além.

"Com meses de divulgação dos diálogos do Intercept, não encontramos nenhum crime. Vamos ver a íntegra das interceptações referentes ao diálogo cabuloso. Quanto mais transparência melhor! Não é assim?", concluiu.