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Bolsonaro: Policiais que foram presos "por pressão da mídia" terão indulto

Isac Nóbrega/PR
Imagem: Isac Nóbrega/PR

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

30/08/2019 09h20

O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje em entrevista a jornalistas, na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília, que pretende dar indulto a policiais civis e militares que teriam sido presos "por pressão da mídia".

"Tem muito policial civil e militar que foi condenado por pressão da mídia. Esse pessoal no final do ano será indultado, nomes surpreendentes inclusive, pessoas que honraram a farda, defenderam a vida e foram condenados por pressão da mídia", afirmou Bolsonaro. Ele já havia abordado o tema em sua live de ontem no Facebook.

O tema entrou na pauta do presidente depois que o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, criticou as saídas da prisão de Suzane von Richthofen, condenada pela morte dos pais.

O presidente também falou sobre o projeto de abuso de autoridade. "Vou atender ao meu centrão, Moro (Justiça), Paulo Guedes (Economia) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura)", afirmou. Pressionado por políticos e por outros profissionais a apresentar vetos ao projeto, o presidente disse que não quer se precipitar.

"Não vai ser um veto populista, vai ser um veto necessário, que faça justiça. Nós reconhecemos que existe o abuso de autoridade existe, mas não queremos interferir no trabalho de combate à corrupção que é importantíssimo".

Ele tem até o dia 5 de setembro para definir quais pontos serão vetados. Um veto já definido é o do artigo que prevê a punição para o uso de algemas sem justificativa.

Bolsonaro espera novidades dos EUA sobre Amazônia

Bolsonaro disse ainda que espera alguma "novidade" dos Estados Unidos em relação ao pedido de ajuda feito ao presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a Amazônia, e que deve conversar hoje com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel sobre o mesmo assunto.

"Hoje está previsto falar por telefone com Angela Merkel, ela começou com um tom, depois foi para a normalidade. Eu estou pronto para conversar com uns, exceto com nosso querido Macron, a não ser que ele se retrate sobre a nossa soberania na Amazônia, aí eu converso com ele", disse Bolsonaro, voltando a citar a polêmica com o presidente da França, Emmanuel Macron.

"Qualquer recurso individual de um país ou outro, a gente aceita. O Macron quer doar em nome do G7 e isso não é verdade."

Bolsonaro disse que aguarda alguma novidade dos Estados Unidos uma vez que o chanceler Ernesto Araújo e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente e cotado para a embaixada em Washington, estão nos EUA para um encontro com Trump.

"Talvez eles tenham algo para adiantar na conversa com o Trump, que eu pedi para o Trump nos ajudar", afirmou.

O presidente também adiantou que pode fazer uma viagem à Amazônia na próxima semana, depois que a região registrou queimadas que provocaram enorme repercussão internacional.

Questionado por repórteres sobre terras indígenas, Bolsonaro também respondeu que pretende não mais demarcar reservas no Brasil e disse que quer revisar algumas das que foram demarcadas sobre as quais existam indícios de irregularidades.

(Com Reuters)